Casais que fazem ‘sexting’ são mais felizes, mas têm outros problemas
Segundo o estudo publicado no ‘Journal Computers in Human Behavior’, enviar mensagens de cunho sexual aos parceiros é normal e faz bem à vida amorosa dos casais.
Porém, quem envia esse tipo de mensagens “exageradamente”, e a quem os pesquisadores chamam de “hyper-texters”, pode se deparar com outros problemas na relação.
O grupo de pesquisadores analisou uma amostra de 615 adultos canadenses e norte-americanos, em relacionamentos, e questionou sobre os seus hábitos sexuais. Os indivíduos foram posteriormente divididos em quatro grupos diferentes: os que não enviam mensagens sexuais, os que enviam mensagens de caráter sexual, os que o fazem frequentemente e os que as enviam ativamente – os “hyper-texters”.
Veja Também:
Apesar da prática de ‘sexting’ presumir um grande grau de intimidade numa relação, detectou-se que os “hyper-texters” são mais ambivalentes, menos seguros e até menos fiéis nos seus relacionamentos. Este grupo está também mais predisposto a ver pornografia e a flertar nas redes sociais, diz o estudo.
“ ‘Sexting’ não parece ser um indicador de uma relação totalmente saudável”, afirma Adam Galovan, um dos professores envolvidos na pesquisa. “Acredito que os ‘sexters’ estejam provavelmente focando mais no lado sexual da relação e a negligenciar outros aspectos”.
Para Galovan, isso pode ser uma consequência do desenvolvimento tecnológico e da predominância das relações virtuais, em detrimento das interações presenciais ou “cara-a-cara”. “Muitos destes indivíduos querem ter uma ‘boa’ relação sem fazerem o trabalho dito difícil e que inclui falar, ouvir e passar tempo de qualidade com o parceiro”, explica.
Estudos anteriores detectaram o crescimento do fenômeno do ‘sexting’. Estima-se que 58% dos estudantes universitários já tenham enviado pelo menos uma mensagem desse gênero, e 62% admitem já terem recebido pelo menos uma. Os homens estão mais predispostos a fazerem ‘sexting’ com desconhecidos e as mulheres, em geral, preferem fazê-lo apenas com o parceiro.
Cerca de metade dos inquiridos testemunhou que a prática de ‘sexting’ trouxe experiências sexuais e emocionais positivas, mas a outra metade mostrou-se arrependida. Uns por terem enviado fotografias mais atrevidas a parceiros com os quais já não estão e outros porque apesar de não se terem sentido confortáveis na altura, enviaram esse tipo de mensagem sexual na mesma por se sentirem pressionados.