Polícia Civil finaliza inquérito sobre atiradores em escola de Suzano
Após 80 dias de investigações, a Polícia Civil encerrou o inquérito sobre o massacre na Escola Estadual Raul Brasil, em Suzano. No dia 13 de março, dois ex-alunos da escola (um adolescente de 17 anos e um rapaz de 25) entraram armados e encapuzados no local. Eles mataram duas funionárias da escola, cinco alunos e se mataram em seguida. Horas antes do massacre, ambos também mataram um comerciante que era tio de um deles. Onze pessoas ficaram feridas.
Em coletiva realizada nesta terça dia 04, para apresentar o resultado do inquérito, o delegado Alexandre Dias disse que o crime foi organizado pelo atirador menor de idade. "O crime foi organizado em 2015 pelo [atirador] menor [de idade], autor direto dos crimes, junto com o outro menor, que foi o autor intelectual. Isso ocorreu em 2015, 2016, até que o autor intelectual teve um pequeno desligamento de contato com o autor direto dos fatos. E surgiu um terceiro indivíduo, maior de idade [que participou do massacre]", explicou o delegado.
"Os três ? e isso está comprovado nos autos ? passaram a falar sobre o crime, sedimentar como seria o crime, nos mesmos moldes de Columbine [nos Estados Unidos]. O desejo deles era superar o que aconteceu no crime ocorrido em 1999, [em uma escola] em Columbine", disse o delegado. "A partir de meados de 2018, eles passaram a ideia para o plano concreto, ou seja, passaram à aquisição de objetos, da arma e de munições para a execução do crime", disse.
De acordo com o delegado, a arma utilizada no crime foi obtida com um mecânico, denunciado hoje pelo Ministério Público, que intermediou a negociação com uma segunda pessoa. A arma, um revólver calibre 38 com numeração suprimida, foi comprada por R$ 2,5 mil. Outras duas pessoas, também denunciadas, venderam munições aos atiradores.
Autor intelectual
Um outro procedimento, que corre em segredo de Justiça, apura a participação do autor intelectual no crime. Em maio, o Tribunal de Justiça acatou uma denúncia do Ministério Público e determinou que ele continue apreendido na Fundação Casa por tempo indeterminado. Segundo o delegado, o menor não participou diretamente do massacre porque os autores queriam que o crime ficasse mais parecido com o que houve em Columbine, com a participação de apenas duas pessoas no ato.
Denúncia
O Ministério Público de São Paulo denunciou quatro pessoas, que já estão presas, por participação no massacre. Segundo o promotor de Justiça Rafael Ribeiro do Val, que fez a denúncia, todos eles tiveram participação na venda de armas e munições para os dois atiradores. O promotor solicitou a prisão preventiva dos quatro denunciados.
Segundo o delegado, no inquérito policial os quatro foram indiciados por participação nos dez homicídios e 11 atentados e também pelo comércio ilegal de arma de fogo e munições. (Com Agência Brasil)
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