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Onda de calor não deve afetar plantio de soja, mas produtores devem ficar alertas

Onda de calor não deve afetar plantio de soja, mas produtores devem ficar alertas

 

O calor extremo que atinge algumas áreas do Brasil ainda não representa riscos para a safra de soja da temporada 2023/24, que está em fase inicial de plantio. No entanto, isso não significa que o produtor está livre de preocupações com o clima extremo neste período.

Em Mato Grosso, maior produtor nacional de soja, as temperaturas passaram dos 40°C em algumas regiões nos últimos dias, cenário que coloca as sementes em risco.

“As temperaturas elevadas tornam o solo ainda mais quente. Por exemplo, se está 30°C, o solo está pelo menos 10°C acima disso. Semear a soja ainda em setembro é se expor ao risco. Risco esse que aumenta em anos de El Niño, como é o caso desta safra”, destaca Fabio Marin, professor do Departamento de Engenharia de Biossistemas da Esalq/USP.

Com o cenário de clima atual no Estado, Marin orienta os produtores mato-grossenses a aguardarem mais 20 dias para o início da semeadura.

“O final de setembro costuma ser o período mais quente do ano. Com isso, a recomendação é que o produtor acompanhe de perto esse risco climático. A tendência é que a chuva se estabilize na segunda quinzena de outubro em Mato Grosso, perdendo força a partir de março. Podemos ter um estreitamento do período de umidade, algo que normalmente acontece com a influência do El Niño”, pontua o especialista.

 

Chuvas no Paraná

 

Já no Paraná, que semeou mais de 10% da área para esta safra, o cenário de clima é um pouco diferente em relação ao Mato Grosso. Nas regiões oeste e sudoeste do Estado, as condições hídricas do solo estão adequadas, o que deve favorecer o avanço da safra nesses locais, segundo Pablo Nitsche, agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná).

“O norte do Estado vem recebendo menos chuvas, e talvez o produtor aguarde o retorno da umidade para realizar a semeadura. À medida em que as precipitações retornarem, o plantio volta a acelerar novamente, e em dentro de 30 dias, praticamente veremos áreas semeadas em todas as regiões do Paraná”, prevê Nitsche.

Sobre o aumento das temperaturas, o agrometeorologista lembra que a primavera geralmente é marcada por recordes nos termômetros, mas que o calor é compensado, em partes, pelo maior volume de precipitações, que deverão ser impulsionadas pelo El Niño.

“O produtor deve fazer o acompanhamento do clima para quantificar os riscos neste início de semeadura. Algumas ferramentas, como o aplicativo que monitora as zonas de estiagem no Paraná podem ajudar com os cuidados sobre a lavoura”, conclui o agrometeorologista do IDR.

 

 

 

Por Globo Rural

 

 

 

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