Nuvem de gafanhotos: mau tempo impede novas aplicações de inseticida
As equipes do Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Alimentar da Argentina (Senasa) continuam acompanhando a nuvem de gafanhotos, que se encontram na região de Sauce, província de Corrientes. A ideia era realizar novas ações de combate aos insetos nesta quarta-feira, 30, porém o mau tempo na região não permitirá.
“Devido às condições climáticas, vento e chuva no local, suspendeu-se a aplicação programada para o dia de hoje, até que melhore, o que pode acontecer amanhã”, informou o órgão, no Twitter.
O clima vem dificultando o trabalho do Senasa. A nuvem chegou a ser perdida de vista na segunda-feira, 29. Porém, com ajuda da população, as equipes chegaram à parte dela na terça-feira, 30, em uma propriedade rural.
Brasil em alerta:
Enquanto a chuva mantinha nesta terça os gafanhotos no chão, e impedia o seu combate, no Brasil a prontidão na fronteira com o Rio Grande do Sul era reforçada pela mudança de ventos em direção ao Brasil e Uruguai. Conforme o fiscal agropecuário Juliano Ritter, da Secretaria de Agricultura do estado, o vento passou a soprar no sentido sudoeste, com rajadas de 20 quilômetros por hora. “Bem em direção ao estado”. Segundo ele, a sorte para argentinos e brasileiros estava na temperatura mais baixa, que diminuiu a mobilidade dos gafanhotos.
No entanto, segundo o professor Mauricio Paulo Batistella Pasini, doutor em entomologia e pesquisador da Universidade de Cruz Alta (Unicruz), o mau tempo, sozinho, não elimina os gafanhotos. “A chuva apenas impede a migração. Os gafanhotos ficam onde estão e voltam a migrar depois que a chuva passa. O que elimina os insetos é o frio. A partir de 5 ºC, já eliminaria alguns indivíduos. Mas, para o clima acabar com a nuvem, é preciso temperaturas abaixo de 0 ºC.”
Plano brasileiro de combate:
O Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag) entregou ao Ministério da Agricultura um plano nacional permanente contra pragas de gafanhotos no Brasil. O material vinha sendo elaborado desde a última semana, a pedido do próprio ministério, e agora deve ser avaliado pelos técnicos da pasta para compor uma estratégia oficial definitiva.
“Agora o Mapa [Ministério da Agricultura] deverá avaliar e propor as alterações e acréscimos necessários ao texto preliminar do Sindag”, explica o presidente da entidade, Thiago Magalhães Silva. Um resumo do trabalho seve ser apresentado na quinta-feira, 2, pela manhã, durante a videoconferência do Sindag com suas coirmãs dos países vizinhos: a Federação Argentina de Câmaras Agroaéreas (Fearca) e a Associação Nacional de Empresas Aeroagrícolas Privadas do Uruguai (Anepa). O encontro terá a participação também de representantes do Ministério da Agricultura de cada país. (Com Canal Rural).