Ministra da Agricultura diz que governo monitora nuvem de gafanhotos no Brasil
A Ministra da Agricultura, Tereza Cristina, informou na noite desta terça dia 23, que a pasta segue monitorando o deslocamento da nuvem de gafanhotos que segue da Argentina ao Brasil. A praga assustou os produtores do país vizinho e deixou uma lavoura de milho completamente destruída.
Em vídeo no Twitter, a ministra afirma que além do plano de monitoramento, uma equipe foi criada para tomar possíveis ações caso a praga chegue às lavouras brasileiras. “Já temos um grupo e ações podem ser implementadas caso isso aconteça”, disse.
Em comunicado oficial, o Ministério da Agricultura informou ainda que o Serviço Nacional de Sanidade e Qualidade Agroalimentar da Argentina (Senasa) projeta que a nuvem de gafanhotos se desloque ao Uruguai. Nesta segunda, 22, o órgão do governo argentino havia publicado um mapa da praga em que é possível ver uma faixa vermelha que representa ‘perigo’. Regiões da fronteira oeste do Rio Grande do Sul estavam no alerta.
Mesmo com esta projeção, o ministério disse que considerando a proximidade com a região de fronteira do Brasil, um alerta foi emitido para as superintendências federais de agricultura e aos órgãos estaduais de defesa agropecuária. “Para que sejam tomadas as medidas cabíveis de monitoramento e orientação aos agricultores da região, em especial no estado do Rio Grande do Sul, para a adoção eventual de medidas de controle da praga caso esta nuvem ingresse em território brasileiro”.
Segundo a Coordenação-Geral de Proteção de Plantas do Ministério da Agricultura, as autoridades fitossanitárias brasileiras estão em permanente contato com os argentinos, bolivianos e paraguaios por meio do Grupo Técnico de Gafanhotos do Comitê de Sanidade Vegetal (Cosave).
“O que tem permitido um acompanhamento do assunto em tempo real, com o objetivo de adotar as medidas cabíveis para minimizar os efeitos de um eventual surto da praga no Brasil”.
Entenda
De acordo com o Ministério da Agricultura, os gafanhotos estão presentes no Brasil desde o século XIX e já causaram grandes perdas às lavouras de arroz na região sul do país nas décadas de 1930 e 1940. Desde então, tem permanecido na sua fase ‘isolada’ que não causa danos às lavouras, pois não formam as chamadas ‘nuvem de gafanhotos’. Recentemente, voltou a causar danos à agricultura na América do Sul, em sua fase gregária (formação da nuvem).
Os fatores que levaram ao ressurgimento desta praga em sua fase mais agressiva na região estão sendo ainda avaliados pelos especialistas e podem estar relacionados a uma conjunção de fatores climáticos, como temperatura, índice pluviométrico e dinâmica dos ventos. (Com Canal Rural).