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Inflação e desconfiança econômica: Pesquisa revela crescente pessimismo no Brasil

Inflação e desconfiança econômica: Pesquisa revela crescente pessimismo no Brasil

O Monitor Global da Ipsos sobre o custo de vida, divulgado em novembro de 2024, destaca a continuidade do impacto da inflação na percepção das pessoas em relação às suas finanças pessoais e à economia de seus países. A pesquisa, que abrange 32 países, revela um cenário global de crescente pessimismo.

Em nível mundial, 65% dos entrevistados acreditam que a inflação continuará a subir nos próximos 12 meses, um aumento de sete pontos percentuais em comparação com abril de 2024. Na Europa, a insatisfação é ainda mais pronunciada: 33% da população prevê uma diminuição da renda disponível em 2025, refletindo uma queda significativa na confiança econômica.

 

Aumento do pessimismo no Brasil

No Brasil, 64% da população acredita que a inflação continuará a subir, enquanto 36% enfrentam dificuldades para administrar suas finanças pessoais. Além disso, 40% dos brasileiros preferem pagar impostos mais baixos, mesmo que isso signifique cortes nos investimentos em serviços públicos essenciais, como saúde e educação. Apenas 6% afirmam viver confortavelmente, enquanto 25% dizem estar em boas condições financeiras. A percepção de que o custo de vida aumentará é ampla, destacando-se os custos de alimentação (72%), utilidades como gás e eletricidade (64%) e combustíveis (46%).

A pesquisa também revela que, globalmente, 37% dos entrevistados sentem-se em pior situação financeira do que antes da pandemia de Covid-19, com uma diferença considerável entre consumidores de diferentes faixas de renda. Além disso, observa-se uma divisão nas preferências políticas: enquanto muitos defendem cortes de impostos para aliviar a pressão financeira, cresce a preocupação com a necessidade de manter o financiamento de serviços públicos essenciais.

 

Motivos percebidos para a crise

Globalmente, os principais fatores apontados como responsáveis pela crise econômica são a guerra na Ucrânia (58%), os lucros excessivos das empresas (62%), as altas taxas de juros (66%), as políticas governamentais locais (69%) e a situação da economia global (70%). A imigração também é citada como um fator importante, com 56% dos entrevistados indicando-a como uma das causas da inflação, um aumento de quatro pontos percentuais desde abril de 2024. No Brasil, as taxas de juros são apontadas como a principal causa da alta no custo de vida, com 76% das menções, seguidas pelas políticas governamentais (71%).

 

 

SICREDI 02