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Conselho Nacional dos Direitos Humanos fará visita a SC para investigar aumento de células nazistas

Conselho Nacional dos Direitos Humanos fará visita a SC para investigar aumento de células nazistas

O Conselho Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) realizará uma missão em Santa Catarina no próximo mês de abril com o objetivo de investigar o aumento de grupos neonazistas. O itinerário ainda está em formulação, mas inclui visitas confirmadas à capital Florianópolis e a Blumenau, no Vale do Itajaí.

A vinda do órgão ocorre após o estado registrar casos e investigações envolvendo neonazistas nos últimos anos. A Polícia Civil do estado tem, desde 2021, uma delegacia especializada em apurar os grupos extremistas e já liderou operações contra o crime pelo país.

Em 2023, com a repercussão dos casos, o Ministério Público catarinense criou uma promotoria que atende apenas os crimes de intolerância.

A informação sobre a missão do órgão no estado foi divulgada inicialmente pela colunista da "Folha de S. Paulo", Mônica Bergamo. Na sexta-feira (15), ao g1 SC, o CNDH também confirmou a vinda.

 No Brasil, a Lei nº 7.716, de 1989 prevê como crime "praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional", tal como outras formas de divulgação do nazismo.

Casos

Entre os casos de maior repercussão nos últimos três anos está a prisão de homens flagrados em um encontro anual de integrantes de uma célula neonazista no estado em novembro de 2022. No local, a Delegacia de Repressão ao Racismo e Delitos de Intolerância encontrou revistas, panfletos e outros objetos com símbolos de grupos supremacistas (vídeo no começo do texto).

O grupo estava em São Pedro de Alcântara, na Grande Florianópolis, e teria escolhido cidade por ela ter sido a primeira colônia alemã no estado, instalada em 1829. Os homens, alguns com condenações por crimes passados, também são suspeitos de recrutar jovens já radicalizados pela internet.

 Em outubro, a delegacia também prendeu ao menos quatro suspeitos de pertencerem a outra célula nazista no estado. Os jovens eram estudantes ou tiveram vínculo com a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). À época, a instituição afirmou que pediria informações às autoridades para adotar medidas.
 

Em março de 2023, um professor de uma escola da rede estadual de Santa Catarina que elogiou Adolf Hitler em sala de aula foi indiciado pela Polícia Civil. Ele foi investigado por discriminação de raça e apologia ao crime.

Entre a deflagração da operação em São Pedro de Alcântara até junho de 2023, Polícia Civil catarinense prendeu ao menos 17 pessoas ligadas a movimentos neonazistas. As detenções aconteceram no estado e em outros locais do país.

 

 

 

 

 

 

Por - G1

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