Bolsonaro pede autorização para para visita de esposa e filhos

Em seu primeiro dia de prisão preventiva na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro formalizou um pedido à Justiça para autorizar sua visita pela esposa, Michelle Bolsonaro, e por seus filhos. O requerimento, protocolado na noite deste sábado pelos advogados Celso Vilardi, Paulo Bueno e Bettamio Tesser, busca reverter a situação de isolamento do ex-presidente, que já havia feito um apelo pessoal direto ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), responsável pela decisão da prisão.

O pedido da defesa especifica os familiares, incluindo a ex-primeira-dama Michelle, a filha menor, Laura, de 15 anos, e os filhos adultos: o senador Flávio Bolsonaro e os vereadores Carlos Bolsonaro (Rio de Janeiro) e Jair Renan Bolsonaro (Balneário Camboriú). O deputado federal Eduardo Bolsonaro, que atualmente reside no exterior, não foi citado no documento. Até o momento, não há uma decisão do ministro Alexandre de Moraes sobre o pleito.

A prisão preventiva de Bolsonaro foi decretada na manhã de sábado por Moraes, que citou como motivos a convocação de uma vigília pelo senador Flávio Bolsonaro e a violação da tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente. Em vídeo que circulou nas redes sociais, o próprio Bolsonaro admitiu ter danificado o equipamento, afirmando: “Meti ferro quente aí, [por] curiosidade”.

Enquanto aguarda uma resposta sobre a visita familiar, a voz de Michelle Bolsonaro ecoou em apoio ao marido. Em um vídeo gravado no Ceará, onde se encontrava quando a prisão ocorreu, a ex-primeira-dama descreveu o momento como uma "guerra espiritual" e afirmou que o ex-presidente "levantou um exército" de seguidores. Ela também revelou um apelo pessoal feito a Bolsonaro: "eu pedi pra ele não desistir da Laura, eu pedi pra ele não desistir de nós, para ele continuar firme".

A prisão é de natureza cautelar e não marca o início do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses de detenção à qual Bolsonaro foi condenado pela tentativa de golpe de Estado. O foco imediato, no entanto, segue sendo a decisão sobre o contato familiar durante sua permanência na PF.