Bolsonaro diz que filiação ao PL não deve sair no dia 22
Presidente Jair Bolsonaro disse neste domingo (14), durante viagem oficial a Dubai, que sua filiação ao PL não deve ocorrer no dia 22 de novembro, como anunciado inicialmente pelo partido. Bolsonaro disse ainda que tem "muito a conversar" com Valdemar Costa Neto, presidente do PL.
Eleito presidente pelo PSL em 2018, Bolsonaro deixou o partido em 2019 em meio a divergências com a cúpula da legenda. Na ocasião, chegou a articular a criação de uma nova sigla, a Aliança Pelo Brasil, que não passou da fase de coleta de assinaturas.
O presidente foi questionado sobre a filiação ao PL durante visita a uma feira de aviação em Dubai, a Dubai Airshow. Bolsonaro e uma comitiva do governo iniciaram no sábado (13) uma viagem de uma semana pelo Oriente Médio.
"Quer saber a data da criança se eu nem casei ainda? Que data vai nascer a criança. Tem muita coisa a conversar com o Valdemar", disse o presidente.
"Eu acho difícil essa data de 22. Tenho conversado com ele, e estamos em comum acordo que podemos atrasar um pouco esse casamento para que ele não comece sendo muito igual os outros. Não queremos isso", completou Bolsonaro.
Entre as pendências para a filiação, segundo o presidente, estão acertar com Valdemar o discurso sobre temas como a pauta conservadora, muito valorizada por Bolsonaro, e questões sobre relações exteriores.
“Temos muitas coisas a acertar ainda. Por exemplo; o discurso meu e do Valdemar nas questões das pautas conservadoras, nas questões de interesse nacional, na política de relações exteriores", detalhou o presidente. "A questão de defesa, os ministros, o padrão de ministros a continuar. Casamento tem que ser perfeito."
Ele disse também que devem ser discutidas coligações estaduais. “A gente não vai aceitar, por exemplo, São Paulo apoiar alguém do PSDB”, afirmou.
Centrão
O PL é um dos principais partidos do grupo informal da Câmara conhecido como Centrão, com o qual Bolsonaro se aliou e de quem depende para aprovar projetos de interesse do governo e se sustentar politicamente.
Nesse grupo, Valdemar é um dos políticos historicamente mais influentes. Em 2012, Valdemar foi condenado no julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 7 anos e 10 meses de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Ele foi preso em 2013 e em 2014 passou a cumprir prisão domiciliar. Dois anos depois, em 2016, o ministro do STF Luís Roberto Barroso concedeu perdão da pena e determinou a soltura. Na ocasião, a decisão seguiu parecer da Procuradoria Geral da República (PGR).
Embraer
Na feira de aviação, Bolsonaro visitou o estande da Embraer. Nos últimos dias, a relação entre a empresa e o governo ficou desgastada, depois que a Força Aérea anunciou que reduzirá de 28 para 15 as unidades compradas do KC-390. Já a Embraer informou que buscará as medidas legais cabíveis, sinalizando que a disputa com a FAB deve parar na Justiça.
Bolsonaro posou para fotos dentro de dois aviões produzidos pela empresa: o KC 390 e o E195-E2. Ele estava ao lado de Jackson Schneider, presidente da Embraer Defesa e Segurança.
Por - G1