O policial militar De Marchi, que estava no local, desde o início se mostrava irritado com o trabalho jornalístico da imprensa.
Em um momento ele solicitou os documentos de Valdecir e, alterado, deu voz de prisão. A CGN teve dificuldade em manter contato com o profissional.
O trabalhador foi conduzido de viatura ao fórum para assinatura de termo circunstanciado.
O mesmo policial ameaçou deter outra jornalista, inclusive empurrou a profissional. De Marchi tentou impedir o trabalho da maioria dos veículos de imprensa que faziam a cobertura. O mesmo policial já tinha tentado impedir o trabalho da CGN em outras ocorrências e se mostrava irritado com o trabalho das equipes.
Várias equipes da mídia local acompanharam os fatos e têm demonstrado apoio ao trabalhador e defendido a liberdade de imprensa. Uma reunião deve acontecer com o comando da Polícia Militar para que providências cabíveis sejam tomadas.
O comandante do 6º BPM (Batalhão de Polícia Militar), tenente coronel Eudes Camilo da Cruz, falou sobre o abuso cometido pelo soldado De Marchi que tentou cercear o trabalho da imprensa na manhã de hoje durante uma cobertura em local de morte. Alterado, o policial gritou com os profissionais e chegou a empurrar uma repórter de um veículo de televisão. Um repórter de rádio que fazia a cobertura ao vivo teve o celular puxado pelo policial. Além disso, o PM deteve um operador de câmera da CGN alegando desobediência.
Representantes de diversos veículos de comunicação reuniram-se com o coronel, que reprovou a atitude do policial que poderia ter sido resolvida de outra forma.
“Não precisava chegar a esse extremo. É claro que faltou coerência e bom senso. Nós vamos apurar isso daí e pedimos a compreensão da imprensa”.
No local onde estava o corpo, em um terreno no Bairro Alto Alegre, a área não foi isolada pela Polícia Militar, mesmo assim, os profissionais de imprensa mantiveram distância do cadáver, mas acompanharam os policiais na hora em que foram prender o suspeito, foi nesse momento que De Marchi ficou ainda mais alterado.
“Os policiais correram para deter o suspeito e deixaram o local que não estava isolado. Ao voltar houve todo esse entrevero que poderia ter sido evitado com bom senso”.
O policial tentou retirar os equipamentos de trabalho do operador de câmera da CGN. Após toda a confusão, ele alegou que o profissional foi desobediente e o encaminhou na viatura até o Fórum. O Termo Circunstanciado demorou cerca de uma hora para ser confeccionado, neste tempo, a população de Cascavel ficou sem contar com uma viatura e equipe policial, caso precisasse.
Esta não é a primeira vez que De Marchi fica alterado com profissionais da imprensa, inclusive, há uma semana ele dificultou o trabalho de uma equipe de televisão no Bairro Santa Cruz. O episódio tinha sido levado ao setor de Relações Públicas do 6º BPM, mas até então nenhuma medida tinha sido tomada.
“Nos causa surpresa [as atitudes desse policial]. Nós vamos ouvir a versão dele e tomar medida para que não atrapalhe a nossa relação com a imprensa e para que cada um possa fazer seu trabalho”.
O coronel afirmou que será aberta uma sindicância para apurar o episódio. Os policiais serão ouvidos e também os jornalistas. Após o processo de defesa, o PM poderá sofrer punições. (Com CGN)