Segunda, 22 Fevereiro 2016 22:15

Disforia de gênero dá sinais ainda na infância. Confira!

Também conhecida como transtorno de identidade de gênero, a disforia é caracterizada pela oposição entre a identidade biológica e como a pessoa realmente se sente.

 

Essa diferença constitui uma identificação chamada de transexualidade, que ainda é tratada como tabu em muitas famílias, inclusive as que têm algum integrante nessa condição.

 

Um levantamento realizado pela cientista Lynn Conway, pesquisadora da Universidade de Michigan, aponta que as proporções de transexualidade na população mundial seriam de uma para cada 2,5 mil pessoas. Assim, o Brasil - com sua população de 200 milhões de pessoas - teria cerca de 80 mil transexuais.

 

 

O reconhecimento da disforia de gênero

 

Considerando que a disforia de gênero esteja presente em tantos lares brasileiros, é importante estar alerta para os sinais que ela apresenta. Segundo a terapeuta sexual Lelah Monteiro, a transexualidade começa a ser percebida na infância e na adolescência, por meio de questões que vão além da vontade do menino de se vestir de menina, por exemplo.

 

“Uma fala muito comum no consultório é ‘não me vejo nesse corpo, estou errado?’”, diz a psicóloga. Relatos de depressão e isolamento espontâneo são relacionados a pessoas que têm essa dificuldade com relação ao próprio gênero. Episódios de rejeição nos círculos sociais também fazem parte desses sinais.

 

Do mesmo modo, é possível perceber nas atitudes e nas escolhas feitas pelas crianças e pelos adolescentes que a sua identificação não é condizente com o seu corpo. Segundo Lelah, preferências trocadas - como meninos que gostam de brinquedos e atividades de meninas - e uma constante sensação de desajuste nos grupos em que estão inseridos são indícios desses casos.

 

O diálogo entre pais e filhos é ainda uma das melhores maneiras de descobrir o que se passa durante a construção da identidade de gênero dos pequenos. Durante a infância, as pessoas tendem a falar com mais facilidade e fazer mais questionamentos sobre suas aflições. Para a especialista, ouvir a criança é a primeira atitude que um adulto deve tomar.

 

 

Como lidar com as questões de gênero

 

Mas não basta apenas descobrir que o seu filho tem disforia de gênero. Saber como lidar com a situação e ajudar o jovem a se posicionar na sociedade são tarefas de apoio familiar. A dica de Lelah Monteiro é agir com naturalidade. O princípio é o de que todas as pessoas são diferentes e não há mal algum nisso.

 

Isolar a criança para que ela não sofra preconceitos externos não é a solução aconselhada pela terapeuta. As respostas para os problemas que surgirão após a descoberta da transexualidade devem vir de cada família, segundo ela. Quando a criança entende que a sua condição não é uma escolha e sabe que conta com o apoio das pessoas próximas, a rejeição externa perde força.

 

É fundamental que a família procure uma terapia, explica Lelah. É preciso que uma equipe multidisciplinar atenda as demandas de entendimento e aceitação do grupo familiar e ajude a encontrar os caminhos mais adequados para todos. Desde a procura por uma escola que aceite a criança até o uso de tratamentos hormonais, tudo pode ser debatido com um terapeuta.

 

O uso de hormônios é o caminho mais comum para realizar as mudanças que se deseja no corpo. Lelah Monteiro indica que a família encontre uma equipe médica de confiança para discutir e encontrar a terapia hormonal adequada.

 

A hormonalização para mudanças definitivas no corpo só pode ser feita a partir dos 16 anos. Nesse período, porém, os pelos faciais surgem e as vozes engrossam nos corpos masculinos, enquanto as meninas ganham seios e começam a menstruar. O uso de substâncias que retardem a puberdade pode ajudar para que a transição de sexo seja menos complicada.

 

 

 

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