Geralmente temos a sensação de que essa coisa de amor é um assunto da sorte. Será que a ciência explica porque algumas relações são produtivas e enriquecedoras, enquanto outras nos deixam perturbados e alienados? É possível a ciência explicar como muitos criam vínculos amáveis sem esforço algum enquanto outros têm que lutar tanto pelo amor? No livro Apegados – Um guia prático e agradável para estabelecer relacionamentos românticos e recompensadores, da Editora Novo Conceito, baseado nas pesquisas da Teoria do Apego, de John Bowlby, os autores Amir Levine e Rachel Heller revelam como compreender os mecanismos de afeição criados entre os adultos, o que, certamente, ajudará a encontrar e a manter o amor.
Você é uma pessoa segura, ansiosa ou do tipo evitante?
De acordo com o livro, há três 'estilos de apego' principais ou maneiras como as pessoas percebem e reagem à intimidade em relacionamentos: o seguro, o ansioso e o evitante. Os primeiros sentem-se à vontade com a intimidade e são usualmente calorosos e amorosos. Já as pessoas 'ansiosas' desejam intimidade, ficam preocupadas com os seus relacionamentos com frequência e tendem a se perguntar sobre a capacidade de seu parceiro de amá-las. As pessoas 'evitantes', por sua vez, associam o relacionamento amoroso à perda de sua independência e, por isso, acabam minimizando a proximidade.
Para os autores, pouco mais de 50% das pessoas são seguras num relacionamento amoroso
Segundo os autores, todas as pessoas entram em uma dessas categorias ou, em casos mais raros, numa combinação de 'ansiosos' com 'evitantes'. Para eles, pouco mais de 50% de pessoas seguras, por volta de 20% são ansiosas e 25% entram na categoria evitantes. A ideia do livro é explicar que, ao compreender esses estilos de apego, é possível prever como uma pessoa pode se comportar em uma situação romântica, mostrar as armadilhas que levam aos rompimentos e ainda ajudar a desenvolver habilidades para manter um bom relacionamento.
Aprenda a identificar (e evitar) estratégias de afastar a pessoa
Não aja por impulso. Quando você está entusiasmado com alguém, mas, então, subitamente, tem um pressentimento de que ele não é certo para você, pare e pense. Serão todas estas pequenas imperfeições que você está começando a notar, na realidade, uma maneira de seu sistema de apego fazer você recuar? Lembre-se de que essa imagem é distorcida e que você precisa de intimidade, apesar de seu desconforto com isso. Se você achou, a princípio, que ele era ótimo, você tem muito a perder ao afastá-lo.
Tire a ênfase da autossuficiência e concentre-se em apoio mútuo
Quando seu parceiro sente que tem uma base segura na qual se apoiar (e não sente a necessidade de se esforçar para ficar próximo), e você não sente a necessidade de se distanciar, vocês dois estarão em melhores condições de olhar para fora e fazer suas próprias coisas. Você se tornará mais independente e o seu parceiro ficará menos carente.
Cuidado ao interpretar erroneamente comportamentos
Visões negativas dos comportamentos e intenções do seu parceiro trazem más vibrações para o relacionamento. Mude esse padrão. Reconheça essa tendência, note quando ela se manifesta e procure uma perspectiva mais plausível. Lembre-se de que esse é o seu parceiro e que vocês optaram por ficar juntos, e talvez você faça melhor confiando que ele tem os seus interesses no coração.
Faça uma lista de agradecimentos do relacionamento
Lembre-se de que, diariamente, você tende a pensar negativamente em seu parceiro ou pretendente. Simplesmente faz parte da sua constituição se você tem um estilo de apego. Seu objetivo deve ser perceber o positivo nas ações do seu parceiro ou parceira. Essa pode não ser uma tarefa fácil, mas, com perseverança e prática, você irá se acostumar. Use um tempo todas as noites para repensar os acontecimentos do dia. Liste ao menos uma maneira com que seu parceiro contribuiu para o seu bem-estar, mesmo de um jeito mínimo, e o quanto você é grato ou grata por ele ou ela estar em sua vida.
Esqueça o fantasma do ex!
Ao se descobrir idealizando aquele ex-parceiro especial, pare e reconheça que ele não é (e nunca foi) uma opção viável. Lembre-se do quanto você criticava aquele relacionamento e o quanto relutava em se comprometer. Pare de usá-lo como uma estratégia para não dar certo e, assim, se concentre em alguém novo.
Esqueça-se do 'tal'
Os autores do livro não refutam a presença de almas gêmeas no mundo. Ao contrário: acreditam de coração nessa experiência. Mas creem que você tem de ser uma parte ativa no processo. Não espere até o 'tal' fulano que se encaixa em sua lista aparecer para, então, você imaginar que tudo vai dar certo. Torne-o sua alma gêmea ao escolhê-lo em meio à multidão, permitindo que fiquem próximos e fazendo com que se torne uma parte especial de você.
Fonte - Tempo de Mulher