A ação teve como objetivo deter uma quadrilha especializada em desviar recursos públicos destinados à educação técnica. O grupo é suspeito de desviar cerca de R$ 6,6 milhões destinados ao ensino a distância do IFPR. Já na carceragem, o acusado se negou a dar detalhes, dizendo apenas que é vítima no caso.
Paulo deverá permanecer na 15ª SDP inicialmente por cinco dias. Até lá a Justiça deverá determinar se ele ganhará liberdade ou se será transferido para algum presídio ou penitenciária. Informações extraoficiais dão conta que advogados virão de Curitiba para defender Paulo.
Segundo o delegado da PF, Felipe Hideo Hayashi, a operação foi bastante ampla, abrangendo Cascavel e Curitiba, no Paraná, e São Carlos e Sorocaba, em São Paulo. “Foram cumpridos mandados de prisão, condução coercitiva, busca e apreensão, medida de afastamento de cargo público, sequestro de veículos e suspensão cautelar”, explica.
Ao todo, foram cumpridos 18 mandados de prisão, três deles contra funcionários públicos do Instituto, dez mandados de condução coercitiva e 43 de busca e apreensão. Além disso, dois servidores do IFPR serão afastados de suas funções.
Quadrilha desviava dinheiro desde 2009
As investigações, que iniciaram em março do ano passado, apontam que a quadrilha desviava recursos provenientes do Ministério da Educação desde 2009, desviando recursos de parcerias firmadas entre o IFPR (Instituto Federal do Paraná) e duas Oscips (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público). Projetos para cursos a distância do Instituto eram superfaturados e serviços previstos em contrato não eram prestados.
Além disso, segundo o delegado da PF, a quadrilha fraudou concursos públicos para o IFPR e conseguiu que alguns de seus integrantes fossem aprovados nas provas.
Para mascarar os crimes, a quadrilha falsificava contratos de prestações de contas e pagava propina a funcionários da autarquia federal e integrantes das Oscips. A autoridade policial informou ainda que os implicados responderão por vários crimes. “Entre outros, pelos crimes de formação de quadrilha, peculato, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, estelionato e crimes contra Lei de Licitações”.
Reitor será afastado do IFPR
Cascavel - O ex-deputado federal Irineu Colombo (PT), reitor do Instituto Federal de Educação do Paraná, será afastado do cargo a partir da próxima segunda-feira, a pedido da Justiça Federal. Colombo afirma que vai colaborar com as investigações e que só tomou conhecimento da ação da Polícia Federal ontem, depois que 18 pessoas foram presas com a deflagração da Operação Sinapse.
Colombo foi deputado federal entre 2003 e 2007 e deputado estadual entre 1995 e 2003 pelo PT. Ele foi eleito como reitor do IFPR para ocupar o cargo entre 2011 e 2014.
Dentre os 18 presos na Operação Sinapse, três são professores da entidade.
O IFPR emitiu nota oficial ontem informando que a atual gestão do Instituto, iniciada em junho de 2011, já está tomando providências para averiguar todos os convênios firmados desde 2009
Fonte - O Paraná