Sábado, 13 Julho 2013 18:14

Fila da ortopedia no Paraná supera os 46 mil pacientes

Em todo o estado, são 787 os profissionais da área. Falha no diagnóstico inicial é um dos principais motivos para a espera por atendimento.

 

A fila de espera para conseguir consulta com ortopedistas no Paraná é superior a 46 mil pacientes. O dado corresponde às cinco maiores cidades do estado – Curitiba, Londrina, Maringá, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu.

 

Em todo o Paraná, são 787 médicos especialistas em ativida­de, conforme registros do Conselho Regional de Me­dicina (CRM). Mesmo assim, a assistência a vítimas de torções, dores na coluna ou traumas ósseos é considerada um dos principais gargalos do sistema público de saúde do estado.

 

A demora em marcar consultas faz com que os pacientes sejam obrigados a esperar mais de dois anos pelo tratamento, que geralmente exige exames, retornos ao médico e, em alguns casos, cirurgias. A situação mais complicada é a de Londrina, no Norte do estado, que possui um total de 18.651 pessoas à espera do tratamento. Segundo a médica Maria Fátima Tomimatsu, da Diretoria de Regulação da Atenção à Saúde, 83% desses pacientes podem aguardar até 29 meses para conseguir uma consulta.

 

“É importante esclarecer que a grande maioria dos pacientes está classificada como 0 e 1, casos que não são considerados como prioridade para nós”, explica. Em abril deste ano, o Hospital Ortopédico de Londrina parou de atender pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A médica afirma, no entanto, que independentemente do desligamento da entidade, já existia fila de espera na maioria das especialidades de ortopedia, já que Londrina, segunda maior cidade do estado, é referência para a região Norte do Paraná.

 

Maria afirma que várias medidas estão sendo discutidas e implementadas, como a revisão dos contratos junto aos hospitais e prestadores. “Estamos em negociação para ampliação da oferta de consultas eletivas de ortopedia, bem como de cirurgias de média complexidade”, diz. A cidade possui 63 especialistas que atendem pelo SUS.

 

 

 

Espera exemplifica falha no diagnóstico

 

 

Os gestores municipais de saúde afirmam que grande parte dos casos encaminhados a especialistas poderia ser resolvida nas próprias unidades básicas. Em Curitiba, segundo César Titton, diretor de Redes de Atenção à Saúde, mais de 90% das queixas musculares e esqueléticas seriam resolvidas no posto de saúde. “Precisamos melhorar a capacidade diagnóstica e a resolutividade das equipes de atenção primária à saúde”, salienta.

 

Em Maringá, que possui cerca de 6,5 mil pessoas na fila esperando atendimento ortopédico, a situação não é diferente. O secretário municipal de Saúde, Antônio Carlos Nardi, considera que maioria dos casos seria resolvida na atenção básica. “A demanda é muito grande. Se a gente atende 2 mil em um mês, nesse mesmo período entram mais 4 mil na espera. Precisa de mais médicos, mais vagas em residência. Faltam médicos para atender a rede pública”, afirma.

 

 

 

Mutirão

 

 

Na cidade de Foz do Igua­çu, no Oeste do estado, 4­ mil pessoas esperam con­sul­­ta. Segundo a secretária de Saúde, Letícia Canete de Lima, o município assumiu há menos de um mês a gestão do Hospital Padre Germano Lauck, que passará por uma estruturação e terá investimentos no setor de ortopedia. “Temos uma demanda reprimida e esperamos conseguir reduzir essa fila. Também iremos fazer um mutirão de atendimento para procurar regularizar essa demanda”, conta.

 

 

 

 

 

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