Sexta, 12 Julho 2013 12:44

Paraná - Passagem livre marca dia de protestos

Há 16 anos, os motoristas paranaenses não sabiam o que era transitar por boa parte das estradas federais no Estado sem ter que pagar para seguir viagem.

 

 

Isso ocorreu ontem, quando membros do Movimento dos Sem-Terra ocuparam e ergueram as cancelas de 16 das 27 praças de pedágio no Paraná, liberando a passagem dos veículos.

 

O escritório regional da ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) do Paraná e Santa Catarina, não soube estimar os prejuízos gerados pela liberação da passagem dos veículos.

Eles ergueram as cancelas e liberaram a passagem de veículos. No início da tarde, as praças ocupadas caíram para 13, com o fim das manifestações em São Luiz do Purunã, Lapa e Ecovias. Mais de mil pessoas participaram dos atos públicos nas praças de pedágio no Estado. Perto das 16h, o número de praças ocupadas pelo MST caiu para nove e uma hora depois, apenas a praça de pedágio de Jataizinho continuava com as cancelas levantadas.

 

Os protestos fizeram parte do Dia Nacional de Lutas, marcado por mobilizações em seis estados e cerca de 25 rodovias e desencadeado em apoio às reivindicações das mais diferentes classes. A cartilha de reivindicações no Paraná é composta pela redução das tarifas de pedágio, mudança do sistema de eleição aos conselheiros do Tribunal de Contas, retomada e celeridade nos processos de reforma agrária, sistema permanente de reajuste do salário mínimo regional e regulamentação da profissão de motorista. No cerne nacional, as reivindicações envolvem a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais, sem redução salarial; fim do projeto que amplia a terceirização; reajuste aos aposentados; fim dos leilões do petróleo; investimento de 10% do PIB em educação e mais 10% do orçamento da União na saúde; transporte público de qualidade e preço justo, além da reforma agrária.

O Dia Nacional de Lutas ficará marcado na história do Brasil. Esse é o quarto episódio do gênero envolvendo uma greve geral na nação. Na região Oeste, as praças afetadas pelas manifestações foram a de Cascavel, na BR-277, sob responsabilidade da Concessionária Ecocataratas e na BR-369, em Corbélia, jurisdicionada à Viapar. Nestes locais, as cancelas ficaram abertas por um período de seis horas. Em média, mais de 1,5 mil carros e caminhões passaram pelas praças de pedágio sem pagar, em cada uma das praças afetadas na região.

 

Em Cascavel, cerca de 200 integrantes do MST chegaram na praça de pedágio da BR-277 perto das 10h. Eles vieram de duas frentes. Uma sentido Curitiba e a outra de Cascavel. Logo que abriram as cancelas, receberam o apoio dos motoristas que passavam pelo local, manifestado por intermédio de buzinas.

 

Protestos com prisões nas estradas 

 

Os protestos nas praças de pedágio se espalharam por todo o Estado. As praças cujas cancelas foram liberadas foram: Jacarezinho, Jataizinho, Ortigueira, Imbaú, Laranjeiras do Sul, Candói, Arapongas, Cascavel, Campo Mourão, Mandaguari, Floresta, Corbélia e Castelo Branco.

 

Na praça da Lapa, a manifestação terminou perto do meio-dia, depois de um princípio de confusão. A Polícia Rodoviária Federal prendeu seis manifestantes no local.

 

A mobilização também contou com a adesão da Universidade Estadual do Oeste, agência do INSS e aposentados. Na Unioeste, liderados pelo Sinteoeste, 160 funcionários engrossaram a mobilização, ou seja, 70% do quadro. Serviços básicos oferecidos no Hospital Universitário, clínica odontológica e fisioterapia não foram comprometidos. As atividades foram desenvolvidas de maneira mais cadenciada, caracterizando uma operação classificada de tartaruga. Entre as reivindicações dos servidores da Unioeste, constaram a contratação de professores aprovados em concurso realizado no ano passado e a convocação de técnicos, uma vez que o déficit é de 350 servidores nas áreas administrativa e laboratorial.

 

Na agência do INSS de Cascavel, funcionários cruzaram os braços e distribuíram panfletos para os beneficiários que aguardavam o atendimento, explicando o motivo da paralisação temporária. As quatro principais demandas enfatizam melhores condições de trabalho, plano de carreira, concurso público e reajuste salarial.

 

De acordo com o presidente do Sindiprevs, Sidney de Souza, a população aumentou e o governo não acompanhou o ritmo por intermédio de novas contratações. “Os servidores do INSS estão estressados e sobrecarregados”.

 

No meio da tarde, os aposentados realizaram um protesto em frente à Catedral Nossa Senhora Aparecida. Com camisetas e faixas, os cerca de 50 aposentados pediam o fim do fator previdenciário e o aumento do poder de compra para quem recebe mais de um salário mínimo. 

 

 

 

 

 

Via O Paraná 

 

 

 

 

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