Quinta, 10 Agosto 2017 18:40

7 mitos e verdades sobre a gravidez

A gravidez, para muitas mulheres e homens também, é um grande desafio.

 

São tantas as dúvidas que, muitas vezes, a mulher não sabe se acredita ou não nos ditos populares que a família e os amigos contam.

 

Para desmistificar e sanar essas preocupações, o ginecologista e obstetra, Domingos Mantelli, autor do livro “Gestação: mitos e verdades sob o olhar do obstetra” revela alguns mitos e verdades que envolvem a gestação:

 

 

1. A penetração pode provocar aborto ou antecipar o trabalho de parto?

 

Mito. O bebê está dentro do útero e envolto por uma membrana cheia de líquido amniótico. Além disso, o colo do útero é fechado e conta com uma espécie de “rolha” de muco que o protege contra a entrada de micro-organismos. Portanto, durante a relação sexual, o pênis não entra em contato com o bebê. Aliás, as relações sexuais na gestação são até benéficas, já que aumentam o fluxo sanguíneo na região pélvica da mulher, a oxigenação do feto e a produção de endorfinas, que trazem sensação de bem-estar para a mãe e para o bebê. As práticas sexuais só devem ser interrompidas se o obstetra observar, durante o pré-natal, sangramentos genitais ou riscos de abortamento, parto prematuro, deslocamento prematuro de placenta ou bolsa rota.

 

 

2. Carne crua ou mal passada deve ser evitada?

 

Verdade. A carne crua pode causar problemas de saúde como diarreia, infecção intestinal e até toxoplasmose, e isso pode desencadear problemas mais sérios como o aborto. Isso não vale para o peixe cru, desde que de boa procedência. No caso da carne mal passada, não há nenhum risco, desde que preparada corretamente ou consumida em local confiável.

 

 

3. Grávida não pode tingir os cabelos?

 

Depende. A grávida pode tingir os cabelos e fazer luzes depois do primeiro trimestre de gestação, mas deve obedecer uma distância de, pelo menos, 1,5 cm da raiz e sem produtos que contenham amônia, metais pesados, benzeno, corantes e formol.

 

 

4. Desejos são reais ou coisa da cabeça de grávida?

 

Verdade. Os desejos são reais. Há explicações científicas para as vontades das grávidas. Especula-se que os desejos estejam relacionados com as alterações hormonais e com os fatores emocionais, culturais, socioeconômicos e ambientais. Por isso, é importante que a grávida converse com o médico para que possa identificar as causas, tais como: desordem alimentar (picamalácia); anemia; constipação; distensão; problemas dentários; infecções; hipercalemia (grande quantidade de potássio no sangue); intoxicação por chumbo; entre outros. O obstetra pode identificar a deficiência de nutrientes e indicar o tratamento adequado.

 

É importante ressaltar que nem todos os desejos devem ser sanados. Isso vale para tudo que não é alimento e para as combinações esdrúxulas como goiabada com lasanha, por exemplo. Muitas vezes, as consequências de seguir essas vontades podem desencadear problemas como partos prematuros, baixo peso do bebê ao nascer, irritabilidade do recém-nascido e exposição fetal a substâncias tóxicas, além do risco de diarreia e desidratação da gestante. Não saciar os desejos não fará com que o bebê nasça com a “cara” do alimento ou com algum sinal no corpo.

 

 

5. Gestantes não devem usar salto alto?

 

Verdade. Elas devem ter cuidado com o tamanho do salto, pelo risco de queda. Isso porque as gestantes produzem um hormônio chamado “relaxina”, que relaxa as articulações e aumenta a flexibilidade e a mobilidade dos ossos do quadril (para facilitar a passagem do bebê no parto). Como os ligamentos e articulações afrouxam, os tornozelos, joelhos, ombros e coluna ficam mais suscetíveis a lesões.

 

 

6. Gestante pode usar qualquer hidratante no corpo?

 

Depende. A grávida pode utilizar hidratantes no corpo, mas não todos. É importante que ela converse com o obstetra e, se necessário, procure um dermatologista. A escolha de produtos errados pode provocar dermatites, ressecamentos, alergias e outros problemas de pele.

 

 

7. Grávida não pode fazer musculação?

 

Mito. As mulheres que estão acostumadas a malhar podem continuar fazendo atividades físicas quando engravidam, porém, é preciso passar por algumas adaptações no que se refere a carga e posicionamentos. O ideal é que a gestante conte com a ajuda de um personal trainer que seja especializado em lidar com gestantes para que o profissional possa adaptar o treino. Quem não praticou atividades físicas ou não fez musculação até pode iniciar, mas com uma carga extremamente baixa e com um ritmo de baixa intensidade.

 

Há uma regrinha básica principal para todas as gestantes: não ficar ofegante e não deixar a frequência passar de 150 batimentos cardíacos. Vale lembrar também que toda grávida tem mais riscos de lesões ligamentares, já que na gravidez ela libera a relaxina, hormônio que relaxa as articulações. Daí a importância do reposicionamento, da mudança de postura durante a atividade física.

 

 

 

Veja também:

  • Exercícios físicos na gravidez: há riscos?

    Nas redes sociais, é comum fotos de mulheres grávidas fazendo exercícios físicos. Mas essa prática é permitida pelos médicos?

     

    De acordo com a ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Dra. Maria Rita Curty, se a gestante já é adepta a atividades físicas, é aconselhável que continue com uma frequência de duas a três vezes por semana, em períodos de uma hora, sempre com muita hidratação. “Se a gestação estiver saudável, pode fazer exercício até a 36ª semana”, complementa.

  • É possível engravidar fora do período fértil?

    Engravidar fora do período fértil é sempre uma preocupação e dúvida entre as mulheres. Para que a gravidez ocorra, tem que haver a ovulação e, na sequência, a fecundação, portanto, sempre se engravida em algum período fértil.

     

    O que acontece então?

  • Mitos e verdades sobre suplementos vitamínicos e nutracêuticos

    A conscientização sobre a importância de se alimentar bem é crescente. Entretanto, em função da correria da vida moderna e do aumento do consumo de produtos industrializados, até mesmo as pessoas mais atentas têm dificuldade em consumir a quantidade diária necessária de frutas e verduras.

     

    Para suprir essa carência, uma alternativa saudável é ter como aliados os suplementos vitamínicos e nutracêuticos – lembrando que durante cada fase da vida, a suplementação deve ter uma atenção diferenciada. 

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