Cabresto nos gastos
Cartão dá a falsa sensação de que o dinheiro não sai da conta. É a prazerosa ilusão de comprar sem gastar. O pesadelo vem com a fatura. O consultor de finanças Reinaldo Domingos dá uma sugestão preciosa para quem gasta além da conta: o limite do cartão de crédito deve ser, no máximo, 50% do seu salário.
Cartão para pagar contas
Parece perfeito concentrar pagamentos na mesma data e não correr o risco de desligarem sua conta de luz. Mas as administradoras costumam cobrar tarifas para prestar esses serviços. O melhor a fazer é se informar sobre estas tarifas e conferir se vale a pena gastar a mais para comprar este benefício.
Use as milhagens
Elas são uma boa razão para usar cartão de crédito! Quanto mais pagamentos no cartão de crédito, mais milhagens você ganha. Após um determinado número de milhagens, o consumidor pode trocar por benefícios como, por exemplo, uma passagem de avião. A vantagem é que os pontos não são restritos a apenas uma companhia aérea. O lado ruim: a anuidade do cartão geralmente é alta.
Cartão de lojas.
Você vai precisar de uma bolsa extra se aceitar todos os cartões de crédito oferecidos em lojas, supermercados, farmácias... Nesse caso, a decisão é simples: vale a pena se você realmente for uma frequentadora assídua da loja. E se tiver benefícios em troca.
Competição a seu favor
Especialistas recomendam comparar as ofertas disponíveis. As diferenças de preço existem e são grandes. Aproveite essa confusão para negociar bons descontos na sua anuidade.
É ilegal cobrar mais caro pela compra com cartão
De acordo com o Supremo Tribunal de Justiça, a loja que faz distinção na cobrança por causa da forma de pagamento está agindo ilegalmente, pois não pode repassar ao consumidor as despesas para ter garantia de recebimento. Isso acontece porque o uso do cartão gera à loja a cobrança de uma taxa. Não deixe que estabeleçam diferenças nos preços quando pagar à vista, seja qual for a forma de pagamento.
Segundo Márcia Velasco Soto, advogada e consultora, especialista em direito do consumidor, é preciso denunciar estabelecimentos que fazem isso, basta pedir uma nota fiscal em que conste o preço real pago e anotar nela o nome da loja e do atendente, além do endereço do lugar, para formalizar uma reclamação nos órgãos de defesa do consumidor.
Troque os pontos do cartão
Você já deve ter visto na fatura do cartão de crédito um campo chamado pontos acumulados - que vêm da conversão dos valores gastos. É possível trocar os bônus por mercadorias, descontos em serviços ou passagens aéreas. Para usufruir, siga estes passos:
1. Faça o cadastro no programa.
2. Monitore os pontos - eles podem expirar.
3. Solicite o resgate.
4. Confira os produtos disponíveis e faça a troca.
Cuidado: não use o cartão pensando somente nos pontos. Isso pode levar a exageros! Fique atenta ao critério de conversão adotado por seu banco: cada instituição financeira tem uma regra. Avalie se a anuidade do cartão compensa a adesão ao programa. Às vezes, paga-se mais caro pelo direito de aderir aos pontos.
Cuidado com os juros
Comprar no cartão de crédito para pagar no mês seguinte só é uma facilidade se você tiver o dinheiro para quitar a fatura. Caso contrário, ao pagar o valor mínimo, você vai cair em uma grande cilada. O banco pode cobrar juros sobre a fatura atrasada. Infelizmente, os juros altíssimos estão dentro da lei.
Faça uma planilha de gastos
Antes de tentar uma negociação com o banco ou procurar ajuda profissional, coloque as suas contas no papel. Só assim você saberá o valor da parcela que cabe no seu bolso (veja modelo no site do Idec). Em seguida, reúna as faturas do seu cartão para ter noção de quanto você deve e quanto é cobrado de juros. Se for preciso, peça a segunda via das faturas no banco para apresentar uma contraproposta.
Tente uma negociação extrajudicial
Vá ao banco e tente fazer um acordo com o gerente da sua conta ou com a administradora do seu cartão. Negocie o valor dos juros e as parcelas. Se o acordo for firmado, seu nome pode ser retirado do SPC/Serasa, mas o banco não é mais obrigado a lhe conceder crédito. E mais: no fim do ano, o banco fica mais disposto a fazer acordos. Nesse período, é melhor ter um consumidor com nome limpo, pois as vendas aumentam. Importante: se o banco não firmar acordo, pare de usar o cartão.
Procure orientação profissional
Recorra a associações especializadas em negociação. Cada uma tem o seu modo de cobrança. Entre as empresas que atendem em todo o país estão a Andif e a Associação Nacional dos Consumidores de Crédito (Andec). Você também pode recorrer gratuitamente à Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), pelo telefone 151, à Defensoria Pública da sua cidade, que oferece orientação e apoio judicial, e aos núcleos de assistência judicial de faculdades de direito da sua região.
Fonte - MdeMulher / Fotos - Getty Images