A médica dermatologista Dra. Priscila Marques de Macedo, da Sociedade Brasileira de Dermatologia, esclarece algumas dúvidas sobre essas infecções causadas por fungos. Confira a seguir.
Causas da micose na virilha
Segundo Dra. Priscila, as lesões fúngicas que comprometem as dobras do corpo são denominadas intertrigos. "A principal causa de intertrigo na região inguinal (virilha) masculina é a candidíase", adiciona.
Algumas espécies do gênero Candida são saprobos no organismo humano. Isso significa que elas habitam a nossa pele sob a forma de leveduras, que são estruturas fúngicas arredondadas. Quando ocorre um desequilíbrio no organismo, seja imune ou mesmo relacionado a fatores como umidade, calor e ferimentos, o fungo pode produzir filamentos que acabam por invadir e gerar micose na virilha.
"Ela se apresenta como placas ou manchas vermelhas vivas associadas à maceração e com pápulas ou pústulas satélites, ou seja, na borda da lesão, e podem coçar ou arder", explica a médica.
Outra causa de micose na virilha são as tineas, doenças causadas por fungos do grupo dos dermatófitos. São conhecidas como tinea cruris. Os principais agentes causadores desse tipo de micose são o Trichophyton rubrum e o Epidermophyton floccosum. Esses fungos são adquiridos pelo contato com pessoas contaminadas ou por meio de objetos.
Por fim, o eritrasma é uma condição patogênica que pode simular os quadros já mencionados anteriormente, mas que é causado por bactérias do gênero Corynebacterium
Segundo Dra. Priscila, é fundamental que o médico seja consultado para que o diagnóstico correto da micose seja estabelecido. A avaliação clínica dermatológica permite confirmar a suspeita da doença por meio de exame micológico para isolamento e identificação do agente causador.
Prevenção e tratamento da micose
Micoses na virilha podem causar desconforto local, ardência e prurido - às vezes intensos, levando à incapacidade de atividades rotineiras. No caso da tinea cruris, vale lembrar que pode haver transmissão interpessoal.
A prevenção dessas micoses deve ser feita mantendo-se a região seca, limpa e bem arejada. No caso da tinea cruris, é importante evitar o contato direto ou compartilhar objetos de uso pessoal com pacientes acometidos. Ou seja, tenha sua própria toalha ou seu próprio aparelho de depilação e tome cuidado, ainda, em piscinas e banheiros públicos.
O tratamento deve ser especificamente direcionado ao agente causador e, portanto, o médico deve avaliar e prescrever a medicação adequada. Em geral, antifúngicos tópicos devem ser utilizados e, em casos mais exuberantes, pode ser necessária a medicação por via oral. (Com Vivo Mais Saudável)