Segundo o Ministério da Saúde, a coqueluche é uma doença infecciosa altamente transmissível através de gotículas de saliva eliminadas por tosse, espirro ou ao falar.
A doença compromete especificamente o aparelho respiratório (traqueia e brônquios) e acontece em três fases e todo o ciclo dura cerca de um mês. Na primeira fase, o paciente tem sintomas leves (febre pouco intensa, mal-estar geral, coriza e tosse seca), seguidos pela instalação gradual de surtos de tosse, cada vez mais intensos e frequentes.
Na segunda fase geralmente a febre é baixa ou inexistente. O paciente tem crises de tosse súbita e incontrolável, rápida e curta (cerca de 5 a 10 tossidas, em uma única expiração). Durante esses acessos, o paciente não consegue inspirar e pode chegar a vomitar. A tosse seca e persistente é acompanhada de uma inspiração profunda com som característico — algo similar a uma curta falta de ar. O número de episódios de tosse pode chegar a 30 em 24 horas, manifestando-se mais frequentemente à noite.
Na terceira fase a tosse diminui e não há mais crises. Infecções respiratórias de outra natureza que ocorram durante esta última fase podem provocar o reaparecimento transitório das crises de tosse.
O tratamento é feito a base de antibióticos que erradicam o agente da doença no organismo em um ou dois dias, quando seu uso for iniciado durante o início da primeira fase. Se isso for feito, o período em que a doença pode ser transmitida para outras pessoas diminui.
Os bebês com menos de seis meses, como o filho de Eike Batista, estão mais propensos a apresentar formas graves, muitas vezes letais da doença. Junto aos sintomas citados acima, também podem estar presentes episódios de apneia, parada respiratória e convulsões. Em casos mais complexos, o bebê pode desenvolver pneumonia; colapso do pulmão; hemorragia nos olhos, na pele ou no cérebro; formação de úlceras sob a língua; inflamação cerebral, que pode causar lesões ou retardo mental, paralisia ou outros distúrbios neurológicos; e otite (infecção no ouvido). Esses bebês exigem hospitalização, isolamento, vigilância permanente e cuidados especializados.
Durante as crises de tosse a criança deve ser colocada de lado para evitar a aspiração de vômitos ou de secreção respiratória. Se durante a tosse ela parar de respirar, deve-se aspirar delicadamente a secreção nasal e oral.
Vacina
O programa de vacinação oferecido pelo Governo Federal engloba a DTP (tríplice bacteriana) ou DTPa (tríplice bacteriana acelular), que protege contra a coqueluche, tétano e difteria. A imunidade tanto para quem é vacinado quanto para quem contrai a doença é longa (entre cinco e dez anos), mas não permanente.
A primeira dose da DPT deve ser aplicada ao recém-nascido com dois meses, depois com quatro e seis meses de idade. As doses de reforço acontecem entre 15 e 18 meses e entre os quatro e seis anos.
Fonte - Band