No geral, comparando os números do final do ano 2012/2013 com os de 2013/2014, a diferença é animadora. De acordo com o delegado Luiz Alberto Vicente de Castro, janeiro de 2013 foi mais agressivo. Foram registrados um homicídio, duas tentativas de homicídio e uma receptação. Mas, graças ao trabalho da polícia, todos elucidados. Janeiro de 2014 não apresentou nenhum crime hediondo. Os números que se destacam no início desse ano são de menor potencial ofensivo, na sua grande maioria violência doméstica (Lei Maria da Penha) e embriaguez ao volante. No total, sete flagrantes, contando todas as localidades de Pinhão e de Reserva do Iguaçu. "A notícia desfavorável é que os desentendimentos de casais aumentaram. Só não sabemos explicar se as mulheres estão mais esclarecidas e estão procurando seus direitos como cidadãs ou se realmente a violência doméstica aumentou de um ano para o outro", analisa o delegado.
Mesmo tendo ficado na média, outro fato que preocupa a Polícia Civil são os furtos, já que dependem da sociedade denunciar para serem elucidados. "Temos conhecimento que muitos desses criminosos são vistos por testemunhas, mas elas preferem não denunciar. Mas, mesmo assim, estamos diariamente nas portas dos supostos criminosos tentando angariar provas evidenciais", frisa Castro.
Segundo o delegado, se a população começar a denunciar, a tendência é que os números de crimes diminuam cada vez mais: "a denuncia pode ser por ligação anônima ou mesmo pelo 181 ou via internet, o importante é que cada um faça a sua parte". A polícia precisa do apoio de cada pinhãoense, pois trabalha com um número ínfimo de policiais, sem nenhuma previsão no aumento do efetivo: "não posso citar o número de policiais que trabalham ao dia por motivos de segurança", finaliza.
A Militar também apresentou seus números. E, segundo o sargento Nilson Maurício Ramos, subcomandante do Pelotão da Polícia Militar de Pinhão, o ano anterior realmente foi mais intenso. "Estou aqui há oito meses e o tenente há seis, mas os resultados estão mudando. Incentivo e cobrança, estrutura, trabalho que a comunidade veja, patrulhamento onde se deve, são alguns pontos essenciais".
Segundo o levantamento da PM de Pinhão, em 2013 foram registradas 792 ocorrências, considerando que o número é bem maior, porque os acionamentos não são somados. Um exemplo é quando chegam no local e o cidadão desiste em registrar a ocorrência ou nos policiamentos preventivos em eventos.
Alguns dos números apresentados são bons para o Município, como o de tráfico de entorpecentes, já que foram presos dois traficantes. Como também as 14 armas apreendidas em flagrante: "sabemos que o número é bem maior, mas o que pudermos tirar de circulação traz bons resultados".
A PM lamenta que alguns números não conseguem baixar por estarem relacionados com a educação do povo. Como ameaça, lesão corporal e perturbação do sossego. "Se o vizinho não tem a educação de respeitar, não depende da polícia. Vamos e orientamos da primeira vez, na segunda levamos para o termo circunstanciado", explica o sargento.
DIVISÃO POR SETORES
Um cronograma onde a cidade foi dividida em seis setores possibilitou o policiamento. A PM consegue identificar o morador de bem e ver quem são os baderneiros. De acordo com o sargento Nilson, é o resultado do efetivo trabalho da polícia que comparece mais no bairro, assim o morador passa a ser parceiro, passando informações. "Fizemos reuniões com os moradores nos bairros, orientando quando se deve chamar a polícia, qual a nossa função. Um dos resultados são pessoas que vão até o destacamento e fazem suas reclamações, mas também dão sugestões. "Quando somos chamados vamos, mesmo que atrasados devido ao número reduzido do efetivo".
Doze policiais trabalham no Pinhão, três por dia em atendimento e ocorrência (dois em atendimento e um no plantão), mais o sargento e o tenente. Outros seis no Faxinal do Céu. Sempre no final de semana escala extra para reforçar, principalmente no sábado. O policiamento conta com três viaturas (Amarok, Parati e Ecosport): "a Ecosport está retornando agora, depois de ter seu vidro quebrado durante uma ocorrência, que acabou na prisão de um indivíduo por dano ao patrimônio público", conta Nilson.
A peça chave para os resultados positivos foi a abordagem de pessoas desocupadas nas vias públicas. Seguindo o que está previsto no Código de Segurança Penal, abordam independente de mandado. "As pessoas de bem tratamos com educação, mas as que incomodam estamos sempre abordando, nunca com arbitrariedade, mas com rigor". Nilson lembra da famosa gangue dos ‘carçudos', que dizia mandar na cidade. Hoje, segundo ele, ninguém mais houve falar porque foram mais persistentes que eles. "Abordamos, fizemos termos. Tinha local que falavam que a polícia não entrava, mas desde que cheguei entramos. Agora não existem mais os ‘donos' da cidade".
META PARA 2014
O tenente Erwind Rudnick afirma que para 2014, a primeira meta da polícia pinhãoense é implantar corretamente a Lei que proíbe bebidas alcoólicas em áreas públicas, o que resultará na diminuição de perturbação do sossego, garrafas e latas largadas nas vias, embriaguez ao volante. Tudo voltado para reduzir o risco à vida. "Como o nosso trabalho não é estático, é dinâmico, e as necessidades vão surgindo ao longo do dia, pretendemos aumentar a circulação nos bairros para reduzir as ocorrências e podermos atuar mais no trânsito, já que, devido à cultura da população, não existe o respeito às leis de trânsito. Falta do cinto e da cadeirinha são alguns dos problemas", conclui.
Fonte - Jornal Fatos do Iguaçu
