Quarta, 03 Fevereiro 2016 22:12

Paraná tem alto índice de parto em adolescentes

A gravidez na adolescência, compreendida entre a faixa etária 10 a 19 anos, é apontada como um grande problema social e econômico no Brasil.

 

Isso porque, estudos mostram que entre as adolescentes que têm filhos, 75,7% não estudam e 57,8% não estudam nem trabalham.

 

No Paraná a média de partos nesta faixa etária é de 25,57% patamar acima da média nacional, de 20,04%. Os dados foram coletados de janeiro a julho de 2014 junto ao Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Além de oferecer maiores riscos à mãe e à criança, por conta da gravidez indesejada, essa menina que se transformou em mãe ainda na adolescência tem chance de engravidar novamente no primeiro ano pós-parto e no segundo ano pós-parto, como ocorre com 30% e 50% das adolescentes, respectivamente. 

 

O Brasil registra mais de 235 mil gestações não planejadas de mulheres jovens por ano. O custo dessa realidade para o país é de mais de R$ 540 milhões anuais, uma média de R$ 2.293,00 por gestação. Os dados do estudo são de 2014, quando 23.649 adolescentes entre 10 e 19 anos se transformaram em mães no Paraná. Até julho de 2014 foram realizados no Estado 92.495 partos pelo SUS.

 

A situação é ainda mais complexa nos estados das regiões Norte e Nordeste, que apresentam um índice superior à média nacional a taxa é de quase 29,96% Pará, por exemplo a maior do País.

 

As regiões Sul e Sudeste apresentam um porcentual de partos na adolescência mais próximo à média brasileira. O único estado que destoa do restante do país é Santa Catarina, que registra apenas 5% dos partos em mulheres nessa faixa etária.

 

O Paraná é o 14º no ranking nacional e o líder na Região Sul. Em segundo está o Rio Grande do Sul com média de 22,39% 23º no ranking nacional.

 

Santa Catarina, com apenas 5,28% é o Estado com o menor índice de gravidez na adolescência.

 

Saúde dos bebês preocupa

Entre as preocupações, a incidência de mortalidade infantil é, em média, quatro vezes maior, quando comparada à de mães com idade acima de 20 anos.Tal fato se deve principalmente ao aumento da prematuridade e do baixo peso ao nascer. Estas intercorrências podem predispor o recém-nascido a infecções, hipoglicemia, hipóxia e atraso no desenvolvimento psicomotor.

 

Segundo as informações da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias do SUS, que pleiteia a ampliação de métodos contraceptivos no SUS, adolescentes têm maior risco de complicações durante a gestação e mortalidade, sendo o parto a principal causa de morte de mulheres jovens entre 15 e 19 anos em países em desenvolvimento.

 

Outros problemas comuns, enfrentados pelas gestantes adolescentes, são a depressão e a ansiedade, que tendem a ser mais frequentes quando comparados com grávidas adultas. Outra consideração apontada pela ginecologista Marta Finitti, autora do estudo, os filhos de mães adolescentes correm maior risco de abandono, menor adaptação escolar e distúrbios de comportamento.

 

Do ponto de vista econômico, o impacto da gravidez indesejada, recaem no abortamento inseguro representa também um grave risco e alto custo para o sistema público, sendo frequentemente usado na falha ou no uso incorreto de contraceptivos. O estudo revela que a curetagem pós-abortamento é o segundo procedimento obstétrico mais realizado nos serviços públicos de saúde no Brasil.

 

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, 31% das gestações no país terminam em aborto e são registradas cerca de 230 mil internações, por ano, para tratamento das complicações decorrentes do aborto. Cada dólar gasto em planejamento familiar pode economizar até 6 dólares, possibilitando que os governos invistam mais em atenção básica e outros serviços públicos de saúde.(Com Bem Paraná)

 

 

 

Veja também:

Entre para postar comentários