Terça, 28 Abril 2015 09:23

Deputados aprovam mudanças na Paraná Previdência

Mesmo com a manifestação do lado de fora da Assembleia Legislativa, os deputados estaduais votaram na segunda, dia 27, em primeira discussão o projeto de Lei 252/2015 que reestrutura financeiramente a Paraná Previdência e aprovaram por 31 votos contra 21.

 

Nesta terça, dia 28, o projeto volta para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e a expectativa é que até amanhã seja votado em segunda discussão, encerrando uma novela que começou em fevereiro.

 

O projeto, que está causando desconforto em setores dos servidores públicos estadual, reestrutura os fundos previdenciário e financeiro da Paraná Previdência. Os pontos que ainda são discutidos são: a falta de paridade de votos do conselho gestor, já que o presidente tem direito a dois votos; a retroatividade inserida no projeto (ele contará a partir de janeiro deste ano, o que faz com que o governo do Estado retire do fundo previdenciário cerca de R$ 500 milhões); a falta de autorização do Ministério da Previdência Social (que seria obrigatória); e a contabilização de R$ 1 bilhão de royalties da Itaipu Binacional até 2023 (sendo que o valor para ser colocado em caixa em royalties seria de R$ 486,7 milhões).

 

“Temos muitos problemas ainda no projeto que precisam ser melhor debatidos com todos os setores para podermos aperfeiçoar o fundo previdenciário e para garantirmos aposentadoria a todos os servidores públicos. A impressão que nos fica é que precisa ser tudo votado a toque de caixa para cobrir as dívidas do governo do Estado”, ponderou o deputado Tadeu Veneri, líder da Oposição.

 

Já o deputado estadual Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), líder do Governo, não vê pontos de divergências. Para ele, o projeto foi amplamente discutido com toda a sociedade. Ele ainda garantiu que o valor de capitalização dos royalties para o fundo previdenciário tem emenda que garante que se não houver aporte total de valor pela Itaipu Binacional, o próprio caixa do tesouro o fará. “A manifestação é democrática, entendo a mobilização. No entanto, houve um acordo com o fórum dos servidores e o aporte dos royalties foi ideia do próprio Fórum. Parece que a discussão deixou de ser técnica agora e passou a ser política”, enfatizou o parlamentar.

 

O projeto propõe a migração do Fundo Financeiro, que é custeado pelo Tesouro do Estado, para o Fundo Previdenciário de 33.556 beneficiários, entre aposentados e pensionistas, que possuírem 73 anos ou mais até 30 de junho de 2015. Com isso, os recursos usados para pagar esses aposentados e pensionistas, que somam R$ 142,5 milhões mensais, poderão ser direcionados para áreas de atendimento à população. A expectativa é economizar R$ 1,5 bilhão anualmente. O novo projeto não altera em nada o pagamento dos proventos para aposentados e pensionistas.

 

Mesmo com a alteração, o Governo do Estado garante que continuará arcando, mensalmente, com R$ 380 milhões para os benefícios de aposentados e pensionistas civis e militares. “O projeto, sob hipótese alguma, tira recursos dos fundos da ParanáPrevidência, muito pelo contrário, garante os recursos”, ressaltou Romanelli.

 

 

 

 

Veja também:

  • Quem foram os 233 deputados que votaram a favor do fundo público eleitoral de R$ 1,7 bi

    Por um descuido do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), 233 deputados tiveram que registrar publicamente seus votos favoráveis à criação do polêmico fundo público de financiamento de campanhas eleitorais, aprovado na noite desta quarta dia 04.

     

    A tramitação corria com relativa tranquilidade até as 21h30, quando o plenário aprovou em votação simbólica o texto-base do projeto de lei que cria o fundo, estimado em R$ 1,7 bilhão para as eleições de 2018. Neste tipo de votação, não há registro individual de votos, o que protege os parlamentares do desgaste.

  • Para barrar denúncia, Temer faz maratona de reuniões com deputados

    O presidente Michel Temer fará nesta terça dia 03, uma nova maratona de reuniões com parlamentares para barrar o avanço da segunda denúncia contra si que tramita na Câmara dos Deputados.

     

    Assim como às vésperas da primeira denúncia, à qual os parlamentares não deram aval para prosseguir, em agosto, o peemedebista intensificou o encontro com deputados na agenda. Serão ao menos 42 deputados que passarão pelo Palácio do Planalto, segundo a agenda oficial divulgada.

  • Governo começa a demitir aliados de deputados 'infiéis'

    O governo exonerou o superintendente do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) em Santa Catarina como punição ao deputado Jorginho Mello (PR-SC), que votou contra o presidente Michel Temer na Câmara na última quarta dia 02.

     

    O engenheiro Vissilar Pretto ocupava o comando do órgão desde abril de 2014, apadrinhado por Mello. A portaria com a exoneração do superintendente foi publicada nesta sexta dia 04, no Diário Oficial da União.

Entre para postar comentários