Foram identificadas ações criminosas do PCC comandadas por presos da Penitenciária Rogério Coutinho Madruga, da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, da Cadeia Pública de Natal, do Complexo Penal João Chaves, da Penitenciária Estadual de Parnamirim, da Cadeia Pública de Mossoró, do Presídio Mário Negócio, da Cadeia Pública de Caraúbas, do Presídio de Pau dos Ferros e dos CDPs (Centro de Detenção Provisória) da zona norte de Natal, Parnamirim, Pirangi, Patu, Parelhas e Jucurutu.
Chamada de Juízo Final, a operação deverá cumprir 129 mandados de busca e apreensão, 21 mandados de prisão e 24 conduções coercitivas nas cidades de Natal, Parnamirim, Ceará Mirim, Macaíba, Baía Formosa, Mossoró, Itajá, Felipe Guerra, Baraúna, Caraúbas, Martins, Pau dos Ferros, São Francisco do Oeste e Tenente Laurentino Cruz.
Até as 12h, não havia informações sobre o número de presos integrantes do PCC suspeitos de envolvimentos nas ações criminosas. As investigações vêm ocorrendo há dois anos. Participam da operação 200 policiais militares e rodoviários federais, promotores de Justiça, servidores do Gaeco e agentes penitenciários estaduais e federais.
O Ministério Público Estadual encaminha à Justiça 26 denúncias contra os alvos da operação pelos crimes de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e de organização criminosa. Outros crimes serão denunciados de acordo com o material apreendido no cumprimento dos mandados, que serão analisados junto com o que já estava em posse dos promotores que atuaram na operação.
Durante as investigações foram interceptadas conferências telefônicas dos chefes do PCC com outros integrantes da facção. Eles se relacionavam com nomes, alcunhas, funções, telefones, matrículas e batismos registrados em anotações do grupo criminoso. As investigações descobriram que presos do PCC de praticamente todos os Estados brasileiros se comunicavam nessas conferências.
Foram apreendidos cadernos e papéis com nomes, apelidos, datas, identificações de "padrinhos" (pessoas da facção que apadrinham o novo integrante), a "quebrada de origem" (de onde vem aquele que busca entrar no PCC), "quebrada atual" (onde está atuando recentemente) e as "faculdades" (forma como identificam as unidades do sistema penitenciário). Os dados apontaram ainda que o PCC possui ao menos 600 integrantes do Rio Grande do Norte.
A análise dos áudios interceptados pelas investigações mostra que a organização criminosa agia com "divisões de tarefas bem definidas visando a prática de crimes, além de acirrarem a rixa contra a facção criminosa rival Sindicato do Crime RN."
"Resgate de presos, assaltos, roubo de veículos, tráfico e plano para matar rivais são alguns dos assuntos discutidos entre os investigados durante o período que tiveram suas ligações telefônicas monitoradas. Em alguns dos áudios, é possível notar que alguns dos investigados estão comandando o tráfico de drogas de dentro dos presídios assim como na Grande Natal e com atuação em Mossoró", destaca o MPE. (Com UOL)