Terça, 22 Agosto 2017 09:07

Para 'comemorar aniversário', PCC planeja matar juiz, procurador, delegado e agentes

O PCC (Primeiro Comando da Capital) planeja matar um juiz federal, um procurador da República, um delegado federal e pelo menos quatro agentes penitenciários de Porto Velho (RO) até o dia 31 de agosto, data em que a facção criminosa faz aniversário de 24 anos.

 

A maior facção criminosa do país já matou três agentes penitenciários federais, entre setembro de 2016 e maio deste ano, de acordo com investigações da PF (Polícia Federal). Para executar os atentados, o PCC criou células de inteligência que, entre outras ações, monitoram a rotina dos agentes públicos escolhidos como alvos.

 

A informação sobre a possibilidade de novos assassinatos consta em ofício assinado pelo diretor do presídio federal de Porto Velho, Cristiano Tavares Torquato, a cujo conteúdo o UOL teve acesso com exclusividade. O documento foi encaminhado no último dia 17 de agosto ao superintendente regional da Polícia Federal de Rondônia, Araquém Alencar Tavares de Lima. A reportagem confirmou a veracidade do documento com três fontes do governo federal.

 

"De acordo com informações prestadas por fonte humana, estaria em andamento um 'salve' (ordem) do primeiro comando da capital (PCC) para execução de Agentes Públicos em Porto Velho/RO, dos quais seriam potenciais alvos o Juiz Corregedor da Penitenciária Federal em Porto Velho, um Procurador da República, um Delegado da Polícia Federal (todas as autoridades envolvidas na Operação Epístola) e pelo menos quatro Agentes Federais de Execução Penal, lotados em Porto Velho", lê-se no ofício (veja a reprodução do documento acima).

 

Ainda de acordo com as informações colhidas, os atentados deveriam acontecer até o dia 31 agosto, data de fundação da maior facção criminosa do país, de acordo com a PF (Polícia Federal).

 

A facção criminosa foi criada por oito presos, em 31 de agosto de 1993, no Anexo da Casa de Custódia de Taubaté (130 km de São Paulo), o Piranhão, tida naquela época como a prisão mais segura do Estado.

 

"Os motivos da ordem seriam a suspensão de visita íntima e a permanência dos presos do PCC por período muito longo na Penitenciária Federal, referindo-se as (sic) prorrogações de permanência no Sistema Penitenciário Federal (SPF)", finaliza o diretor do presídio federal no documento.

 

O Depen (Departamento Penitenciário Nacional), órgão do Ministério da Justiça e Segurança Pública, informou que medidas foram tomadas para proteger a vida dos agentes. A respeito da última ordem do PCC, "as forças de Segurança Pública em âmbito federal e estadual foram informadas a respeito do caso" (leia a resposta abaixo).

 

Agentes receberam alerta

 

Os agentes penitenciários federais receberam alerta por conta das proximidades do aniversário da facção. O primeiro atentado do PCC no ano passado foi realizado em 2 de setembro, dois dias depois de 31 de agosto. Na cidade de Cascavel (PR), o agente Alex Belarmino Almeida Silva foi atingido por 24 tiros, a maioria pelas costas, quando dirigia seu carro para o trabalho, na unidade de Catanduvas.

 

Os funcionários receberam o seguinte alerta nesta semana:

 

"Caros e Caras colegas! O dia 31 próximo será aniversário do PCC. Solicitamos que redobrem os cuidados e cautelas de segurança. No e-mail funcional será enviado novamente orientações de segurança pessoal. Ademais, a Área de Inteligência e Direção estão à disposição para qualquer auxílio necessário".

 

Fontes ouvidas pelo UOL indicam que o clima entre os agentes penitenciários federais lotados em Porto Velho é de apreensão. Desde o início das mortes de agentes, em 2016, a maior parte deles já havia redobrado as medidas de precaução para evitar se transformarem em alvos do PCC. (Com UOL)

 

 

 

 

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    Ele está preso em Assunção, no quartel do FOPE, um grupo de elite da Polícia Nacional, Pavão morava em Pedro Juan Caballero quando foi preso e condenado em 2009 a oito anos de prisão por crimes de lavagem de dinheiro e organização criminosa.

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    Em dois anos, a célula do PCC no Estado movimentou ao menos R$ 6 milhões em contas bancárias emprestadas por mulheres de integrantes da facção. As investigações apontaram que a facção, que atua em quase todo sistema prisional potiguar, está envolvida em crimes como tráfico de drogas, roubo de veículos, explosões de caixas eletrônicos em agências bancárias, homicídios e lavagem de dinheiro.

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