Segunda, 20 Junho 2016 14:54

Conselho Federal de Medicina veta cesáreas antes de 39 semanas de gestação

O Conselho Federal de Medicina (CFM) anunciou nesta segunda dia 20, uma nova resolução que determina que o parto cesáreo só pode ser realizado a partir de 39 semanas de gestação.

 

Antes, a entidade estabelecia em 37 semanas o período liberado para o procedimento. De acordo com a entidade, trata-se de uma resolução de "caráter ético" que busca assegurar a integridade do feto.

 

Segundo o CFM, o bebê pode sofrer problemas no desenvolvimento antes de 39 semanas. A norma será publicada ainda nesta semana no Diário Oficial da União e vale para todos os casos em que não houver uma razão médica clara para a antecipação.

 

No Distrito Federal, 48,98% dos partos são feitos por cesariana, abaixo da média nacional, que é de 53,88%. Os dados são de 2011.

 

A orientação seguida pelo CFM era de que fossem considerados fetos maduros aqueles entre 37 e 42 semanas de gestação. Nesta nova resolução, muda-se para o mínimo de 39 semanas até que se torne seguro o parto cesariano, considerando aval médico. Além disso, o prontuário da grávida deverá conter obrigatoriamente a informação da opção pelo parto cesáreo em linguagem de fácil compreensão, algo que não era claramente exigido até o momento.

 

De acordo com estudos apresentados pelo conselho, promover partos antes da 39ª semana pode acarretar problemas nos pulmões, fígado e cérebro, provocando desconfortos respiratórios, icterícia e até lesões cerebrais.

 

De acordo com o presidente do CFM, Carlos Vital, a nova resolução servirá principalmente para assegurar a integridade do feto. "A autonomia do paciente já é estabelecida. A finalidade dessa resolução de 39 semanas é uma ênfase e uma instituição de um limite o qual deverá ser feita a cesariana a pedido da paciente. A norma se distingue na segurança do feto", explica.

 

Segundo o coordenador da Câmara Técnica de Ginecologia e Obstetrícia, José Hiran Gallo, a medida reforça a decisão da mulher e o amparo jurídico para a proteção do feto. "O médico tem a obrigação de explicar quais procedimentos devem ser adotados para a paciente. O conselho quer resguardar a autonomia da mulher brasileira", afirma.

 

A membra da Câmara Técnica de Ginecologia e Obstetrícia e conselheira do CFM, Adriana Scavuzzi, reforçou que a opção pelo parto cesáreo pode ser alterado a qualquer momento pela mulher, uma vez que a segurança médica do bebê esteja assegurada.

 

"É muito comum as pacientes já chegarem trazendo o próprio desejo para o parto, mas os prós e os contras têm que ser construídos durante o pré-natal. A paciente tem total direito de mudar de opinião durante esse processo." (Com G1)

 

 

 

Veja também:

  • Exercícios físicos na gravidez: há riscos?

    Nas redes sociais, é comum fotos de mulheres grávidas fazendo exercícios físicos. Mas essa prática é permitida pelos médicos?

     

    De acordo com a ginecologista e obstetra do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Dra. Maria Rita Curty, se a gestante já é adepta a atividades físicas, é aconselhável que continue com uma frequência de duas a três vezes por semana, em períodos de uma hora, sempre com muita hidratação. “Se a gestação estiver saudável, pode fazer exercício até a 36ª semana”, complementa.

  • Parto normal após cesárea é possível e tem altas chances de sucesso

    Estudos realizados desde a década de 60 têm demonstrado que a frase “uma vez cesárea, sempre cesárea” tem cada vez mais perdido o sentido.

     

    “Submeter-se a um parto normal com cesárea prévia é possível e, mais do que isso, com altas chances de sucesso e segurança.”

  • É possível engravidar fora do período fértil?

    Engravidar fora do período fértil é sempre uma preocupação e dúvida entre as mulheres. Para que a gravidez ocorra, tem que haver a ovulação e, na sequência, a fecundação, portanto, sempre se engravida em algum período fértil.

     

    O que acontece então?

Entre para postar comentários