Domingo, 04 Maio 2014 16:20

Mãe: quando acaba a tarefa?

Sete atitudes dão o sinal de alerta e entregam que a mãe está passando dos limites e interferindo demais na vida dos filhos.

 

Ser mãe não tem prazo de validade, mas a dedicação à tarefa precisa ir se adaptando às diversas fases da vida dos filhos.

 

Algumas mães, contudo, parecem não enxergar que o tempo passou, que os ‘pequenos’ cresceram e, o que era sinônimo de zelo e demonstração de amor, passa a ser um incômodo – especialmente para os filhos.

 

 

 

Infância: papel da mãe nesse período é educar e impor limites

 

 

Especialistas explicam que o papel materno divide-se em várias fases: cuidar, educar, orientar e, por fim, acompanhar o filho durante a vida adulta, oferecendo ajuda, mas sem se intrometer demais na vida dele.

 

“Filhos adultos precisam se diferenciar da família, buscar uma vida própria. E cabe aos pais favorecer essa saída”, aponta a psicóloga Ceneide Maria de Oliveira, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo.

 

Para a psiquiatra Ivete Gianfaldoni Gattás, médica da Unidade de Psiquiatria da Infância e Adolescência da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) são comuns os casos em que mães não aceitam que os filhos se tornaram adultos e independentes.

 

Ivete explica que diversos fatores podem atrapalhar esse processo de independência dos filhos em relação à mãe. Mulheres possessivas e controladoras têm mais dificuldades em admitir que os filhos caminhem com as próprias pernas. Há mães que não desenvolvem uma vida fora do papel exclusivo da maternidade e só conseguem se enxergar e exercer este papel. Há ainda as que, por necessidade de se sentirem úteis e presentes na vida do filho adulto, exageram na dose.

 

“Muitas vezes, o simples fato desse comportamento ser assinalado pelo filho já é suficiente para que a mãe se policie e mude de atitude. Existem casos, porém, em que é preciso um suporte emocional, ou seja, um acompanhamento psicológico para reelaborar o papel de mãe”, diz a psiquiatra da Unifesp.

 

A escritora e psicóloga Elizabeth Monteiro, autora de livros como Criando filhos em tempos difíceis e A culpa é da mãe, entre outros, garante que o melhor exercício para manter um relacionamento saudável entre mãe e filho é praticar o desapego.

 

“Isso deve acontecer para que ambos possam se relacionar como adultos de maneira saudável e evolutiva. O desapego é sinal de respeito, aceitação e amor”, finaliza.

 

Para ajudar a lidar com o problema, as especialistas indicaram os sinais de alerta, ou seja, atitudes que parecem inocentes aos olhos das mães, mas que podem incomodar e até afastar os filhos.

 

Veja a seguir sete sinais de que a mãe está se metendo demais na vida do filho adulto:

 

 

1. Só ela está certa

 

A frase ‘eu sei o que é melhor pra você’ se encaixa perfeitamente aqui. No entanto, na prática, é importante respeitar as escolhas dos filhos, mesmo que isso signifique derrotas e frustrações. Afinal, isso faz parte do aprendizado de cada um errar e aprender com os erros.

 

 

2. Escolhas limitadas

 

Ela está sempre dando um jeito de persuadi-lo e fazê-lo mudar de ideia. Coloca um defeitinho aqui, tenta alterar algo ali e, por fim, procura fazer prevalecer a opinião dela.

 

“É importante que o filho se posicione diante de uma mãe possessiva. Ele precisa enfrentá-la e tomar medidas efetivas para que ela aprenda a aceitar limites”, sugere Elizabeth Monteiro.

 

 

3. Críticas e manipulação

 

Alguns filhos são totalmente submissos à mãe, por culpa, medo, sentimentos de gratidão e insegurança, entre outros. As críticas, neste caso, podem ser uma forma de fazer valer as próprias decisões e, assim, manipular o filho.

 

“Neste caso, uma psicoterapia pode ser essencial para fazê-lo adquirir mais confiança”, orienta a escritora. Leia mais: Você sabe reconhecer uma pessoa manipuladora?

 

 

4. Chantagem emocional

 

Pode até ser um processo inconsciente, mas exige cuidado! “Quando as mães se fazem de vítima, é muito difícil para qualquer filho lidar com a culpa de largá-la”, alerta Elizabeth. No entanto, é fundamental ignorar as chantagens emocionais. Um diálogo afetuoso pode ser um bom caminho. Se não funcionar, vale buscar ajuda psicológica.

 

 

5. Invasão e excesso de cuidado

 

Com a desculpa de que precisa colocar tudo em ordem, ela se aproveita para fuçar aqui e ali. A preocupação com o bem-estar do filho também vira desculpa para ligar diversas vezes ao dia. Zelo é uma virtude. Em exagero, passa a ser um prejuízo.

 

“Isso pode demonstrar excesso de carência da mãe, por não ter se vinculado a nada que não fosse o filho. Ela tem de se ocupar com outras coisas e o filho precisa impor limites”, comenta a Elizabeth.

 

 

6. Melhor amiga

 

Ir ao shopping com a mãe pode ser um passeio saudável e divertido. Mas isso não pode se transformar em obrigação. Ela precisa ter o próprio círculo de amizades e não pode transferir aos filhos a tarefa de acompanhá-la em viagens, compras ou passeios. É importante pontuar isso, pois será benéfico para ambos.

 

 

7. “Ela não combina com você”

 

Os amigos não são bons; o parceiro (a) escolhido não combina com o filho (a). Uma mãe pode ser mais sensível, mas colocar defeito em tudo e em todos, pode indicar que ela está querendo competir com terceiros para, talvez, evitar a concorrência. Segundo Elizabeth, isso é bastante comum acontecer com o filho, quando a mãe decide competir com a namorada/esposa.

 

“Toda mãe tem de estar preparada para a entrada de outros personagens na vida dos filhos”, conclui Ivete Gianfaldoni Gattás. (Com informações do site Delas)

 

 

 

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