O Brasil realizou 1,22 milhão de procedimentos em 2015, segundo o mais recente estudo da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps, na sigla em inglês). A operação de ginecomastia masculina ocupa o 14º lugar entre as 15 cirurgias estéticas mais procuradas no país, com mais de 26.400 procedimentos realizados no ano passado.
Esta intervenção cirúrgica, que é a redução das mamas, está entre as cinco mais procuradas por homens em todo mundo, ainda de acordo com a Isaps. Segundo o relatório, as cirurgias mais comuns entre público masculino são: rinoplastia, ginecomastia, lipoaspiração e otoplastia (cirurgia de orelhas).
A ginecomastia é causada por desequilíbrio hormonal e é caracterizada pelo aumento da mama nos homens. Acontece principalmente no início da puberdade, com cerca de 65% dos casos identificados entre os 14 e 15 anos de idade, como explica o endocrinologista Flávio Cadegiani.
"Isso é comum e atinge cerca de 20% dos meninos nesta idade. Em mais de 90% dos casos, a ginecomastia desaparece espontaneamente até os 18 ou 19 anos. Homens adultos também estão sujeitos ao quadro, principalmente quando usuários de anabolizantes", ressalta o médico.
Na adolescência também pode surgir a lipomastia, conhecida como pseudoginecomastia, que é o acumulo excessivo de gordura na região da mama. "Para diferenciar a ginecomastia da lipomastia o próprio paciente pode fazer o autoexame, apalpando a região com os dedos. A lipomastia tem um aspecto de gordura, enquanto a ginecomastia tem partes mais rígidas lá dentro", aponta o endocrinologista.
Caso a ginecomastia ou a lipomastia não desapareçam voluntariamente, se desejar, o paciente pode optar pela cirurgia de reparo da mama. "A cirurgia de ginecomastia consiste na remoção do tecido mamário masculino e a de lipomastia na retirada de gordura desta área", conceitua a cirurgiã plástica Ivanoska Filgueira.
Na maior parte dos casos, ocorre a realização dos dois procedimentos: remoção de tecido mamário e da gordura na região das mamas. Os procedimentos são feitos com anestesia local e sedação. De acordo com a profissional, a intervenção cirúrgica é indicada especialmente quando o paciente começa a ter perda de autoconfiança, refletindo em baixa estima e sofrimento com interferências no convívio social.
"É comum pacientes que tem ginecomastia, e estão na adolescência, não se sentirem a vontade para ficar sem camisa. Muitos relatam episódios de intolerância social, como quando são vítimas de bullying na escola. Nestas situações a cirurgia é o procedimento recomendado", enfatiza a médica.
Normalmente as atividades diárias podem ser retomadas 30 dias após a operação, e alguns cuidados devem ser observados durante a recuperação, como explica Ivanoska. "O paciente volta para casa com dreno, que fica em torno de cinco dias, e é orientado a fazer uso de 30 a 40 dias da cinta pós operatória. Quando realizada a lipoaspiração, sempre indico que sejam realizadas dez sessões de drenagem linfática".