Segunda, 21 Março 2016 10:34

O que a ciência diz sobre pessoas que gritam ao celular?

No ônibus, na rua, na academia, no restaurante ou na calçada em frente a sua casa, a cena é cada vez mais comum: pessoas com o celular na orelha, gritando, como se a pessoa do outro lado fosse escutar do local que ela está, a metros, quilômetros de distância. 

 

Porém, muitas vezes a pessoa nem se dá conta que está berrando ao telefone. Então, será que há explicação científica para comportamentos dessa natureza? 

 

A resposta surge ao se analisar o design original dos primeiros telefones – aqueles bem anteriores ao celular de hoje. Uma de suas características principais é ser dotado de um sidetone mecanismo que permite ao usuário escutar sua própria voz no fone enquanto fala. 

 

O artifício serve para assegurar ao usuário de que ele está sendo ouvido, sem a necessidade de elevar o tom de voz. Aparelhos de telefonia fixo têm sidetones justamente para evitar a gritaria desnecessária em espaços fechados. 

 

Reação ao encontro 

Segundo o tecnólogo em acústica Nick Zakarov, da empresa de tecnologia dinamarquesa Delta, celulares também são dotados de sidetone – e há até diretrizes internacionais que sugerem um certo nível de decibéis para o mecanismo nesses aparelhos. O problema está na mobilidade dos celulares, o que faz com que o volume do sidetone nem sempre seja suficiente em locais com muito ruído de fundo. 

 

Além disso, é preciso considerar o chamado "efeito Lombard", descoberto em 1909 pelo otorrinolaringologista francês Etienne Lombard: a nossa tendência natural de alterar a voz de acordo com os barulhos à nossa volta. Sem perceber, fazemos um esforço para nos nivelarmos ao som mais alto que escutamos – mesmo que seja uma britadeira em um canteiro de obras ou a voz de quem está do outro lado da linha. Junte tudo isso e eis o fenômeno das conversas telefônicas que involuntariamente envolvem quem estiver por perto. 

 

É interessante notar, no entanto, que esta não é a primeira vez que o jeito como falamos ao telefone desafia nosso conceito de boas maneiras. Quando os primeiros aparelhos foram comercializados, a elite da era vitoriana não sabia como se comportar. As dúvidas iam de "será que posso falar ao telefone estando nu?" a "quando falar com uma mulher, devo ficar de pé?". 

 

Ao que parece, a telefonia é uma tecnologia que sempre vai desafiar nossa noção de etiqueta. (com BBC)

 

 

 

Veja também:

  • Já sentiu o celular vibrar, mas era mentira? Pode ser a 'vibração fantasma'

    A popularização dos smartphones trouxe diversas facilidades às pessoas, como acesso irrestrito a qualquer tipo de informação que esteja na Internet, aplicativos que trazem soluções até mesmo para problemas que você não imaginava que existia e, claro, várias opções de entretenimento, de vídeos a jogos.

     

    Juntamente com essa parte boa, porém, os smartphones trouxeram problemas. Os mais comuns dizem respeito à segurança, com pessoas usando o aparelho enquanto dirigem ou se colocando em situação de risco por prestar mais atenção na tela do celular do que no mundo ao seu redor. Além disso, há a chamada "síndrome da vibração fantasma".

  • iPhone 8 entra em pré-venda por preço à vista que vai até R$ 4.800

    Com lançamento previsto para a próxima sexta dia 03, o iPhone 8 e o iPhone 8 Plus já podem ser encomendados em sites de varejistas brasileiros.

     

    A faixa de preço para o iPhone 8 varia entre R$ 3.500 a R$ 4.800, segundo canais on-line, como Lojas Americanas, Fast Shop, entre outros.

  • É possível carregar celulares em segundos?

    Parece que pesquisadores da Universidade de Waterloo pensaram naqueles que sempre reclamam do tempo necessário para carregar baterias de smartphones por completo.

     

    Os cientistas  usaram nanotecnologia para criar dispositivos eletrônicos que recarregam celulares em segundos.

Entre para postar comentários