Segunda, 15 Fevereiro 2016 09:00

Acidentes domésticos: o perigo “mora” dentro de casa. Sabe onde?

O perigo não mora ao lado. Na verdade, ele está dentro de nossas casas.

 

Todos os dias, cerca de 30 crianças e adolescentes com idade entre 0 e 14 anos são hospitalizadas no Paraná por conta de acidentes domésticos como quedas, queimaduras e intoxicações.

 

Além disso, são justamente os acidentes registrados dentro de casa a principal causa de morte dos jovens brasileiros, de acordo com o Ministério da Saúde, e o mês de janeiro costuma ser aquele com maior número de ocorrências.

 

Segundo informações do Ministério da Saúde compiladas por meio do Datasus, durante todo o ano de 2014, quase 11 mil crianças tiveram de ser hospitalizadas por conta de acidentes domésticos, o que dá a média de 30 atendimentos por dia. Já em 2015 foram 7.478 hospitalizações até outubro, ou seja, cerca de 25 atendimentos por dia (redução de 16,7% na comparação com a média de 2014).

 

Além dos números alarmantes, outro fato que faz ainda mais valer o alerta é que os meses de dezembro e janeiro costumam ser aqueles com maior número de ocorrências e tragédias, segundo afirma o pediatra Milton Kiesel, do Hospital Pequeno Príncipe, explicando ainda que isso acontece majoritariamente por dois motivos: férias escolares e uma espécie de inaptidão das residências, projetadas para adultos.

“Essa época do ano com férias escolares, verão, costuma ser aquela com maior número de ocorrências. Isso acontece porque as crianças, por ser féricas, ficam mais tempo em casa, na casa de parentes, e estão menos na escola”, aponta Kiesel. “Como a escola já é projetada para crianças, com ambientes como banheiros e salas de aula com móveis mais adequados, os acidentes são menos frequentes. Mas o que acontece é que a casa geralmente não é feita para criança, é feita para os adultos. Então os acidentes se tornam mais frequentes”, complementa o especialista.

 

Maiores perigos na casa

 

Sala

Nas salas, o maior perigo são os móveis com quinas. No entanto, é muito importante que os pais e responsáveis também se atentem para mais uma coisa: o posicionamento do sofá. “Não se deve colocar o sofá perto da janela. Isso acontece muito, principalmente em apartamentos, hotéis e resorts”

 

Banheiro

Nos banheiros, novamente temos o risco de móveis com quina. “É perigoso se o chão está molhado e a criança acaba escorregando, alerta Kiesel. Além disso, o especialista pede para que quem tem banheira permaneça atento. “Não é tão comum, mas nos banhos de banheira o risco de afogamento aumenta. Então deve-se sempre ter a supervisão do adulto”

 

Cozinha

Com as crianças passando mais tempo em casa, inevitavelmente começam a frequentar mais a cozinha. 

“Pegador de panela para fora do fogão, o próprio fogão, facas em locais onde a criança pode alcançar, tudo isso é muito perigoso. Temos ainda os acidentes com água quente quando vai fazer café, lavar a louça”, explica Kiesel

 

Quarto 

Nos quartos, inevitavelmente o risco de acidentes envolvendo móveis com quina aparecem. Na casa de pessoas que tomam remédios com frequência (principalmente pessoas mais velhas), deve-se tomar cuidado para não deixar os medicamentos em lugares onde as crianças possam alcançar. Outro perigo são as sacadas. “Principalmente aquelas valadas, com espaço onde a criança consegue passar”

 

Como evitar acidentes

 

Queimaduras

Esses casos necessitam de atenção especial. Normalmente, a queimadura ocorre ao lado do fogão, quando crianças derrubam panelas e seu conteúdo sobre o corpo. Deve-se evitar cabo de panela voltado para fora do fogão, brincadeiras com álcool e fogo e também o uso de fogos de artifício

 

Afogamentos

Para bebês e crianças pequenas, até baldes, banheiras e vasos sanitários podem oferecer riscos. Um adulto deve sempre supervisionar as crianças e adolescentes onde houver água, mesmo que saibam nadar ou que os locais sejam considerados rasos. É primordial cercar piscinas em casas onde há crianças

 

Quedas

Além de observar e fornecer as orientações de comportamento e segurança para as crianças, os pais devem tomar providências como usar protetores nas tomadas e nas quinas dos móveis; não deixar cadeiras, camas e bancos perto de janelas; e providenciar antiderrapantes nos tapetes para evitar escorregões

 

Intoxicação

Em casos de ingestão de inseticidas, álcool, detergentes e outras substâncias tóxicas, a primeira providência dos pais deve ser levar a criança para uma emergência hospitalar, para que os profissionais identifiquem a substância e o tratamento que será adequado para aquela situação

 

Brinquedos

Na hora de escolher os brinquedos, considere a idade e o nível de habilidade da criança, seguindo as recomendações do fabricante. Procure brinquedos com o selo do Inmetro. Fique atento a brinquedos que podem oferecer risco de engasgamento (peças pequenas para beb e as crianças menores), de estrangulamento (correntes, tiras e cordas) e de corte (pontas, bordas afiadas) (Com Ministério da Saúde)

 

 

 

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