No que se refere à idade, cerca de um milhão de pessoas com deficiência auditiva são crianças e jovens até 19 anos.
Para melhorar a qualidade de vida dessa população, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece a reabilitação com o auxilio do aparelho de amplificação sonora individual (AASI) e implantes cocleares. Entre 2012 e 2014 o Ministério da Saúde financiou 624.715 aparelhos auditivos. Além disso, desde 2012 foram equipadas 75 maternidades com aparelho de triagem auditiva neonatal e a previsão é equipar mais 737 maternidades até 2019.
Outro destaque da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência é a incorporação de 11.456 equipamentos de Sistema FM ao SUS desde 2013. Esse sistema está ajudando alunos e professores em sala de aula e funciona como um microfone remoto, sem fio, composto de duas partes: um transmissor, utilizado pela fonte sonora e o receptor, utilizado pela pessoa com deficiência auditiva, permitindo que ela entenda o que está sendo dito sem perder os sons do ambiente.
O Centro de Reabilitação Física do Espírito Santo (Crefes) é um dos locais capacitados para diagnóstico e reabilitação de pessoas com deficiência auditiva. Fabrícia Forza, diretora geral do Crefes, explica como acontece o atendimento da unidade. "Nós atendemos em média 140 pacientes por mês fazendo exames audiológicos. Na maioria deles, em idosos e crianças. Para contribuir com esta qualidade de vida e reinseri-los na convivência social, nossa unidade oferece, além do diagnóstico, a reabilitação e a entrega das próteses auditivas", conta a diretora.
Além dos aparelhos auditivos, o Sistema FM tem sido de grande ajuda para os pacientes da unidade. "Ele é muito importante para as crianças em idade escolar. E é um aparelho muito caro, que pode custar até R$17 mil. Tivemos um paciente recentemente, um menino de 10 anos, que veio do sul da Bahia para realizar o atendimento. A mãe ficou tão emocionada no dia da entrega do aparelho, que não conseguia parar de chorar. O menino já usava um aparelho auditivo, mas não conseguia evoluir no aprendizado escolar por falta do FM", conta Fabrícia. O setor de audiologia do Crefes do Espírito Santo funciona há seis anos, e de janeiro e agosto de 2015 já foram distribuídas 1262 próteses.
Em alguns casos as pessoas com deficiência auditiva necessitam de um implante coclear, que também é conhecido como ouvido biônico. O aparelho que fica parcialmente implantado próximo ao ouvido, restaura o som para as pessoas que têm surdez profunda.
Atualmente, os 27 centros especializados na oferta do implante fornecem ao paciente um dispositivo interno no ato cirúrgico (eletrodos) e dispositivo externo (processador de fala). No SUS, o paciente também tem acesso ao atendimento integral: diagnóstico, indicação do implante, preparação para cirurgia (consultas e exames), acompanhamento feitos por profissionais especializados e terapias após procedimento cirúrgico. Ainda dentro da assistência, está prevista a orientação para que o paciente aprenda a manusear e cuidar do equipamento e desenvolver as habilidades auditivas e de linguagem. Em 2014, foram realizados 854 procedimentos de implante coclear em todo o Brasil.
Alguns sinais ainda nos primeiros anos de vida podem alertar os pais para uma possível deficiência auditiva na criança. Fique alerta se a criança:
- Estiver atrasada no desenvolvimento da fala
- Tiver dificuldade de aprendizado na escola
- Ao tentar localizar o som, a criança balançar a cabeça para os dois lados
- Demorar a responder um chamado
- Ter irritabilidade muito grande
Ao notar algum déficit auditivo, leve a criança até um centro de saúde para avaliação.(Com Bonde)