Mas afinal, até onde pode ir o ciúme de uma mulher e por que as mulheres ficam tão agressivas em relação a isso?
Para Sonia Breda, psicóloga da Clínica Terapêutica Viva, a agressão começa quando há ameaças na estabilidade de um relacionamento. O objetivo da torturadora foi de transferir sua dor para quem ela achava que fosse culpada, no caso, a adolescente. "Essa mulher que torturou a suposta amante e publicou na internet não suportou a situação de perder o objeto amado e sua reação foi a de fazer com que a outra pessoa sentisse na pele e registrasse a sua dor da suposta perda", explica a especialista.
O ciúme é uma manifestação provocada pela falta de confiança no sentimento do outro, que é transformada em medo de perder o parceiro.
"Já o ciúme patológico pode surgir quando uma das partes sente que o parceiro não está conectado a ela da forma como gostaria e começa a criar fantasias, crenças e certezas que só existem na imaginação. A pessoa portadora do ciúme patológico envolve riscos e sofrimentos que podem ser apresentados de forma distinta como ideias obsessivas, ideias prevalentes ou delirantes sobre a infidelidade. Essas ideias surgem como uma obsessão", explica Sonia.
A pessoa que sofre de ciúme patológico consegue, por um período muito pequeno, fingir que tudo está bem, mas a qualquer situação ameaçadora ela já desencadeia atitudes e comportamentos controladores. Mas há como perceber que a pessoa sofre de ciúme patológico?
Segundo Sonia, há como identificar pequenos sinais. "Elas monitoram o companheiro o tempo todo, ligam só para saber onde está, o que está fazendo, com quem conversou, o que falou, checar o celular, redes sociais, etc. Se falar sobre algo que a pessoa ciumenta não gosta ela imediatamente muda a entonação de voz, começa a ser autoritária, proíbe a outra pessoa de ter amigos, nunca deixa sair de casa sozinho e chega a ter ciúmes dos próprios familiares" alerta.
Meninas violentas: um triste reflexo na sociedade
Até o momento, a mãe e a irmã da agressora, Elisângela Granneman, já prestaram depoimento na delegacia. A mãe não sabe sobre o paradeiro da filha. Já a irmã da jovem negou que estivesse presente durante o espancamento. Elas e outras jovens que estavam juntas no momento do vídeo devem responder por sequestro, cárcere e tortura. O ex-namorado das garotas foi identificado também, mas ainda não foi localizado.
Por Helena Dias (Vila Mulher)