Sexta, 14 Março 2014 20:24

Dia Mundial da Água desperta reflexões sobre sustentabilidade

Segundo dados divulgados pela ONU, o uso da água para fins domésticos, industriais e agrícolas aumentará em 50% até o ano de 2025 quando, estima-se, a escassez de recursos hídricos afetará pelo menos três bilhões de seres humanos, de todos os continentes.

 

Esse panorama sombrio indica que para assegurar a produção de alimentos e a segurança alimentar da população global, o manejo adequado dos recursos naturais é fundamental. 

 

Ainda que a escassez de água esteja prevista apenas para a próxima década, problemas recentes no Paraná mostram que estamos caminhando nesta direção. Alguns municípios paranaenses enfrentam dificuldades para manter o abastecimento de água das residências. Neste ano, a estiagem provocou uma quebra de 2,01 milhões de toneladas na safra de soja do estado. Esses fatos indicam que o agricultor deve tratar a questão ambiental com mais cuidado e adotar as práticas que favoreçam a conservação da água, sob pena de comprometer o futuro da sua atividade.

 

A disponibilidade de água depende diretamente do bom manejo do solo, já que esses dois recursos naturais são dependentes um do outro.  A agricultura, o uso de agrotóxicos e a conservação florestal, influenciam sobremaneira a quantidade e qualidade de água disponível no meio ambiente. Como a agropecuária é uma das principais alavancas da economia do estado, o governo do Paraná tem dirigido esforços para questões socioambientais, buscando a produção sustentável e a conservação dos recursos naturais, em especial a água. Atualmente destacam-se como ações principais do governo a campanha Plante Seu Futuro e o Programa Microbacias desenvolvidos pela Seab e Instituto Emater com o apoio de diversas instituições e com o foco na sustentabilidade da produção agropecuária.

 

A campanha Plante Seu Futuro desenvolve ações permanentes de divulgação de boas práticas agrícolas com as tecnologias já disponíveis para profissionais e produtores rurais. Temas como a adoção de boas práticas de manejo integrado de solos e águas, de pragas, de doenças e de plantas invasoras são objeto de capacitação de técnicos e produtores rurais. A iniciativa pretende difundir tecnologias diversas como a melhor forma de aplicar agrotóxicos e de se fazer o controle de formigas cortadeiras, formas distintas de incrementar a rentabilidade dos cultivos e preservar o meio ambiente.

 

 

O programa Microbacias cria modelos de referência em produção com sustentabilidade. Cerca de 40 microbacias já passaram pelo processo de planejamento e construção de planos de trabalho que norteiam convênios que por sua vez viabilizarão ações de sustentabilidade da produção agropecuária com ênfase na conservação da água e do solo. As microbacias trabalhadas, após a adoção das práticas apoiadas pelo programa, serão referência no estado. Em outras 110 microbacias os trabalhos do programa já tiveram início e terão seus planos de ação concluídos ainda neste ano.

 

Além deste trabalho estruturado em programas e campanhas, com a proximidade do Dia Mundial da Água, 22 de março, os extensionistas rurais intensificam o diálogo e a reflexão com os produtores e sua família, sobre os desafios que temos pela frente na busca pela conservação ambiental, necessária à viabilidade econômica dos sistemas produtivos e qualidade de vida das comunidades. Sendo assim, a data comemorativa criada pela ONU, em 1992, serve de ponto de referência para chamar a atenção de toda a sociedade sobre a preservação dos recursos naturais.

 

Vale ressaltar que embora 2/3 da superfície da Terra sejam cobertos por água, 97,5% encontram-se nos mares e oceanos e não se prestam para a maioria das atividades agrícolas. A água doce corresponde a apenas 2,5% do total disponível no planeta. Desse total (2,5%), 68,9% correspondem às geleiras e calotas polares situadas em regiões montanhosas; 29,9% são águas subterrâneas; 0,9% compõe a umidade do solo e pântanos. Resultando em apenas 0,3% de água doce armazenada nos rios e lagos e disponível para o uso em diferentes atividades. Daí a necessidade de cuidado na manutenção desse recurso cada vez mais raro. 

 

 

 

 

Por Sérgio Mudrovitsch de Bittencourt (EMATER)

 

 

 

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