Quinta, 01 Agosto 2013 09:38

Paraná - De cada dez mortes violentas, nove são de homens

Ala masculina ainda é reticente em ir ao médico; campanha pretende contornar isso Ala masculina ainda é reticente em ir ao médico; campanha pretende contornar isso

A impulsividade masculina combinada à força resulta em um número preocupante no Paraná.

 

 

Conforme dados da Sesa (Secretaria Estadual de Saúde), 90% das mortes decorrentes de casos de violência interpessoal são de homens. As chamadas agressões levaram, somente no ano passado, 2.983 homens a óbito em virtude de ferimentos de armas de fogo ou brancas.

 

 

Nesse cenário ainda soma-se o fato de que a cada dez pessoas que morrem em acidentes de trânsito no Estado, oito serem do sexo masculino. No Paraná, 2.577 homens morreram em decorrência de acidentes de transporte. Isto é, causas externas são as que mais têm tirado a vida dos homens paranaenses. 

 

Diante desse índice, o Governo do Paraná lança hoje a segunda edição da campanha Agosto Azul: Não Pare o Curso da Vida, que neste ano alerta para as principais causas de morte entre os homens.

 

Com ações previstas nos 399 municípios, a iniciativa visa a abordar principalmente a violência, uma vez que é a primeira causa de morte masculina na faixa etária de 20 a 59 anos. Diferente dos idosos, que morrem principalmente de doenças relacionadas ao coração, os jovens e adultos morrem mais por causas que poderiam ser evitadas.

 

Para o coordenador do Programa de Saúde do Homem da 9ª Regional de Saúde de Foz do Iguaçu, Paulo David Dotto, a única forma de evitar essas mortes é por meio da conscientização. “O homem, por sua natureza, já é mais impulsivo. Considera-se forte e acaba se envolvendo em brigas que podem ter resultados fatais. Por isso, a educação é o caminho. Ser mais tolerante é uma maneira de se combater isso”, comenta.

 

A Sesa entende que as ações de prevenção da violência devem começar na educação de base, na qual o respeito às diferenças deve ser ensinado desde a mais tenra idade. Além disso, cultivar hábitos saudáveis é uma alternativa de reverter esse quadro de violência. Estatísticas mostram que, em muitos casos, a agressão ou o acidente de trânsito estão ligados diretamente ao consumo excessivo de álcool e outras drogas. O uso dessas substâncias altera o comportamento das pessoas e, se combinadas aumentam os riscos de acidentes e agressões.

 

Prevenção é foco de iniciativa 

 

A campanha Agosto Azul foi criada de forma pioneira no Paraná a fim de incentivar a prevenção da ala masculina. A ação segue os moldes do Outubro Rosa, iniciativa que visa à conscientização sobre o diagnóstico precoce do câncer nas mulheres.

 

O Agosto Azul foi instituído no ano passado pela lei estadual 17.099, de 28 de março. O objetivo é estimular poder público e sociedade civil a organizarem ações para lembrar a população masculina de cuidar da saúde.

 

No Paraná, estatísticas mostram que os homens vivem em média seis anos menos que as mulheres - 71,6 anos os homens e 77,9 anos as mulheres. Em 2010, as causas externas foram responsáveis por 41% das mortes de homens adultos no Paraná. Em seguida aparecem às doenças relacioandas a problemas cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, hipertensão e diabetes. Os diferentes tumores de câncer aparecem em terceiro.

 

Para o coordenador do Programa de Saúde do Homem da 9ª Regional de Saúde de Foz do Iguaçu, Paulo David Dotto, criar a cultura de o homem procurar o médico para fazer o check-up é o que motiva a ação. “Da mesma forma que a mulher faz o preventivo, o homem também teria que fazer, mas ele pensa que nunca vai acontecer com ele, porque é forte, é viril, é o provedor da família. A verdade é que, em geral, essa população não gosta de ir ao médico, mas todos estamos suscetíveis às doenças e a prevenção aliada a hábitos saudáveis é a melhor maneira de se viver mais e com melhor qualidade. Essa displicência deles com a saúde faz com que quando ele procure uma ajuda médica situação já esteja no limite e as doenças que poderiam ser revertidas estão em estágio bastante avançados”, pontua Paulo.

 

O coordenador avalia ainda o andamento da campanha. “Como está no segundo ano, acreditamos que ainda é o início de um trabalho de conscientização, mas esperamos que a médio e longo prazo tenhamos bons resultados”, ressalta.

 

Segundo a Sesa, a família tem um papel essencial para despertar no homem o hábito de ir ao médico, mesmo sem apresentar um problema. E, por isso, esposa e filhos devem estimular dentro de casa a atenção à saúde.

 

 

 

 

Fonte - O Paraná

 

 

 

 

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