Segunda, 14 Abril 2014 14:52

Paraná - Estudantes têm aulas de surfe na piscina do Colégio Estadual

A piscina do Colégio Estadual do Paraná, em Curitiba, passou a receber outras modalidades esportivas em 2014.

 

 

Alunos do 3º ano do colégio, que já atravessaram a piscina se equilibrando em uma fita de nylon sobre a água, subiram também em pranchas de surfe. 

As práticas fazem parte do projeto “Atividades aquáticas diferenciadas na piscina do Colégio Estadual” desenvolvido pela professora de Educação Física Telma Angélica Ribeirete de Souza, dentro do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE).

Desde que o projeto foi colocado em prática, a piscina passou a receber mais alunos do que nas aulas de natação. “A ideia dessas atividades diferenciadas é despertar mais interesse nos alunos pelas práticas na piscina. Identifiquei que os estudantes não tinham muita vontade de participar das aulas de natação, principalmente as turmas do 3º ano”, explicou a professora.

Telma ficou afastada da escola durante um ano para desenvolver o projeto do Programa de Desenvolvimento Educacional e agora está na fase de aplicação das atividades. No final, ela terá que fazer um artigo sobre todo o projeto, desde a fase de desenvolvimento até os resultados atingidos. O principal objetivo já foi cumprido. A piscina do Colégio Estadual ficou cheia para as aulas de surfe, mesmo com o tempo não tão convidativo para entrar na água.

As duas aulas de surfe com o instrutor Luiz Fernando reuniram 28 alunos de uma turma de 35 estudantes. Jamili Vieira de Oliveira, de 16 anos, foi uma das alunas que participou. “Nunca tinha subido numa prancha antes e gostei. Achei bem diferente das aulas convencionais de natação que temos no colégio. Aqui deu para ter uma noção de como é o surfe. Se eu for fazer outras aulas vai ficar bem mais fácil”, disse Jamili.

Kevin Augusto Grenzel, 16, também gostou da novidade para atrair mais alunos para práticas esportivas na piscina. “As aulas que tínhamos eram muito repetitivas. Só natação e treino de respiração e muitos alunos deixaram de entrar na piscina. As atividades novas motivam mais”, afirmou Grenzel. 

Em 2014, os alunos ainda terão oficinas de caiaque, stand up paddle (prancha com remo), hidroginástica, nado sincronizado e aquathlon (corrida e natação).

SURFE NA PISCINA - O professor de Educação Física e instrutor de surfe Luiz Fernando, também conhecido como Luly, explicou que é possível ensinar todos os movimentos do esporte dentro da piscina. “Aqui conseguimos passar as técnicas de remada, como sentar e ficar em pé na prancha de forma segura. Esses alunos já estão preparados para ir para as ondas”, disse Luiz Fernando, surfista há 21 anos e que já foi preparador físico da equipe brasileira de surfe (2005) e técnico da equipe paranaense de surfe (2006 a 2010).

O professor acredita que o esporte pode ajudar no desenvolvimento dos alunos. “A ideia é contribuir para formar o cidadão. Se conseguirmos unir boas notas à participação no programa para termos essa troca com os alunos, isso também vai se refletir no desenvolvimento dos estudantes dentro e fora da sala de aula”.

PROGRAMA - O Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) é ofertado em parceria entre a Secretaria de Estado da Educação, Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e as Instituições de Ensino Superior públicas do Estado. O programa possibilita ao professor o afastamento de 100% da função docente no primeiro ano e de 25% no segundo ano para realização de estudos e elaboração de produções que possam colaborar para a melhoria da prática pedagógica dos professores nas escolas estaduais.

A professora Telma de Souza afirmou que o PDE é uma ótima oportunidade para os professores da rede estadual. “O PDE soma bastante para a formação do professor. Nesse ano em que fiquei afastada, fiz aulas na Universidade Federal do Paraná e estudei bastante para fazer o projeto. Faz você pensar. É um ano que você está fora da escola, mas você está pensando na escola, como vai ser quando você voltar, como vai aplicar. Isso me trouxe mais vontade de trabalhar. Estou melhor capacitada, com mais vontade de ver resultados e de mudar a postura”, disse a professora de Educação Física. 

Uma nova forma de seleção do PDE foi implantada em 2011, priorizando a trajetória do professor da rede estadual. Para a seleção contam os cursos e docências oferecidos pela Secretaria de Educação ou em instituições de ensino superior, participação em Grupos de Trabalho em Rede, cursos de especialização, mestrado ou doutorado e o tempo de atuação na rede pública estadual. Antes era preciso passar por provas e projetos. O programa já beneficiou mais de 11 mil profissionais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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