Segunda, 23 Novembro 2015 09:48

Quedas - Manifestação leva tratores para a frente do Palácio Iguaçu em Curitiba

A empresa Araupel organizou uma manifestação de funcionários da empresa em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico de Curitiba.

 

Segundo a assessoria da Araupel, aproximadamente mil pessoas, 27 ônibus, vans e carros privados vieram de Quedas do Iguaçu, no Oeste do Paraná, para Curitiba.

 

Os manifestantes trouxeram caminhões carregados com tratores supostamente danificados por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra.

 

De acordo com a assessoria da Araupel, o MST afirma que a empresa abandonou o maquinário, mas a Araupel teve acesso a eles sob escolta policial. No último sábado, dia 21, o MST comunicou, por meio de nota publicada na internet, que a empresa deixou os maquinários abandonados no mato por mais de 25 dias. Segundo o MST, a empresa forçou os funcionários a encaminhar o maquinário para Curitiba. Com a retirada do equipamento, o MST entende que a empresa foi embora do município de Quedas do Iguaçu e estão abandonando a fábrica. O movimento afirma que vai ocupar a estrutura para criar uma Universidade para os trabalhadores.

 

A manifestação dos funcionários da Araupel em frente ao Palácio Iguaçu é para cobrar a reintegração de parte das terras da empresa ocupada pelo MST.

Os Sem Terra, por sua vez, cobram a desapropriação de terras para assentar três mil e quatrocentas famílias acampadas na área que fica entre Quedas do Iguaçu e Rio Bonito do Iguaçu.

 

O movimento acusa a Araupel de grilagem, quando alguém se apropria de terras públicas, através da falsificação de documentos. Na região, a empresa produz madeira para exportação. A Araupel informou, por meio da assessoria de imprensa, que recorre de uma decisão de primeira instância que desapropria as terras.

 

Em maio, a juíza da 1ª Vara Federal de Cascavel, Lilia Côrtes de Carvalho de Martino, declarou nulo o título de propriedade do imóvel Rio das Cobras, que a empresa de celulose Araupel alegava ser dona.

 

A posse da área é contestada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, o Incra. Na decisão, a juíza considerou ilegal toda a cadeia dominial das terras e disse que a área pertence à União. A Araupel não concorda com a decisão e afirma que vai recorrer até a última instância.

 

O MST já está assentado pelo Incra em uma área de 52 mil hectares, do imóvel Rio das Cobras. A Araupel recebeu uma indenização de 77 milhões de reais sobre as benfeitorias feitas nesta área, mas reclama que não recebeu pelo título da terra. Essa ação foi concedida entre 2005 e 2006.

 

Os Sem Terra acham que a empresa não tem direito nem às benfeitorias e pedem a devolução do valor. A empresa defende que comprou a área em 1972, dentro da lei da época, e pagou 10 anos de financiamento. Existe um documento com 10 mil páginas analisado em segunda intância no Tribunal de Justiça do Paraná. De acordo com a Araupel, com a decisão deste ano, em primeira instância, referente ao imóvel Rio das Cobras, o MST se viu no direito de invadir o território. Só que também ocupa parte de outro imóvel, na mesma região, mas de outra origem não contemplada na ação.

 

Rio das Cobras foi concedido pelo Império, em 1910, para uma empresa construir uma ferrovia, São Paulo-Rio Grande do Sul. As ramificações da ferrovia não foram concluídas e a empresa faliu em 1914. A Araupel adquiriu a terra sessenta anos depois. Já o imóvel Pinhal Ralo era de uma baronesa foi concedido há dois séculos, para colonização, depois adquirida pela Araupel.

 

O Incra e o MST contestam o direito a posse dos dois imóveis, que somam pouco mais de 70 mil hectares. Os Sem Terra pedem que seja estipulado um prazo para que a Araupel retire as madeiras em ponto de corte da região dos acampamentos, além da retirada imediata dos seguranças armados que rondam as áreas ocupadas. A empresa confirma que contratou seguranças privados para monitorar o acampamento, inclusive com voos de helicóptero para fotografar a ação dos acampados.

 

Atualmente, a área está dividida em três setores. Os Sem Terra ocupam 52 mil hectares, a empresa ocupa 15 mil, com plantio de árvores para produção de celulose e madeira para exportação, e outra área de 16 mil hectares de área de preservação ambiental. Atualmente no estado do Paraná, aproximadamente dez mil pessoas estão acampadas em 75 áreas.(Com Bem Paraná)

 

 

 

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