A pesquisa iniciou depois que o ex-vereador Julio Machajewski e o advogado Mauro André Krupp estiveram na Universidade Federal do Paraná solicitando que fosse realizado um estudo antropológico em Pinhão, visando reconhecer a identidade das comunidades de posseiros. "Na época, a Afatrup (Associação das Famílias Trabalhadoras Rurais de Pinhão) e o Movimento dos Posseiros sentiam a necessidade de ter um registro oficial dessa história. Toda a questão fundiária, a luta do povo, suas histórias, eram conhecidas a nível local e até estadual, mas faltava algo oficial e foi isso que nos levou até a Universidade. Queríamos uma pesquisa antropológica que desse conta dessa cultura diferenciada que só os povos faxinalenses possuem", disse Julio.
O trabalho não trata apenas de Pinhão, também relata os conflitos agrários do município de Palmas. Segundo uma das pesquisadoras, a professora doutora Liliana Porto, além do pedido das entidades que buscavam um estudo nessa área, o interesse de outro pesquisador acabou centralizando o trabalho em Pinhão. "O professor Jefferson foi quem nos apresentou Pinhão, ele já conhecia um pouco dessa região e sabia do grande potencial da cultura desse povo e que era uma região com poucas pesquisas acadêmicas".
Através de fotos, cartas, documentos, memórias e objetos antigos, o livro revela a contribuição das comunidades de posseiros na formação do estado do Paraná.
O livro tem quatro partes, a parte I e II tratam das questões de Palmas e a III e IV de Pinhão. A primeira parte é intitulada Comunidades tradicionais, capitalismo e conflitos agrários em Pinhão e a última, Perspectivas dos sujeitos de suas próprias histórias, onde foram publicados textos escritos pelos próprios moradores.
Participaram do lançamento o prefeito de Pinhão, Dirceu de Oliveira, o secretário de Administração, Orlei Diogo de Deus, os vereadores Sebastião Rodrigues Bastos (Sanan) e Osvaldeci Lima (Cunha), representante do Núcleo Regional de Educação, Rosa Maria Cavalheiro, a diretora da Escola Norberto Serápio, Nilza Aparecida Ferreira Oliveira, diretor do Colégio Izaltino Bastos, Vandir Orzechowski, diretor da Escola Sebastiana Silveira Caldas, Antonio Roberto , professores e os moradores que contribuíram com a pesquisa.
Por ser um trabalho acadêmico, o livro não será vendido. Exemplares foram doados à Biblioteca Municipal, à Secretaria Municipal de Educação e às bibliotecas dos colégios estaduais. Em breve estará à disposição a versão eletrônica no site: www.itcg.pr.gov.br.
Fonte - Jornal Fatos