Quinta, 19 Fevereiro 2015 15:21

Pinhão - Município produz tomate com certificação

Desde o dia 6 de fevereiro, um grupo seleto de produtores de Pinhão e de Reserva do Iguaçu já pode exibir com orgulho a Certificação de Produção de Tomate Orgânico expedido pelo Ecocert, organismo de inspeção e certificação fundado na França em 1991 e desde a sua criação a empresa se especializou na certificação de produtos orgânicos.

 

A parceria entre a Prefeitura de Pinhão, Sebrae, Associação Cantu e Emater trouxe excelentes resultados para alguns produtores que apostaram na produção de tomate em estufas para escala comercial como fonte alternativa de renda. A busca era por um produto que servisse de chamariz para novos clientes, assim, o grupo buscou qualificação.

 

Do grupo que é formado por quatro entidades e 33 propriedades rurais, 15 produtores compareceram na cerimônia de certificação. Mostraram que a satisfação era grande com os resultados. O encontro foi realizado na sala de reuniões Vereador Orlando Diogo, na Câmara Municipal. Na oportunidade foram ressaltadas as expectativas e, principalmente os resultados dessa produção tanto dos produtores como dos parceiros. "Apenas 9% da produção da olericultura produzida no Paraná vai para o Ceasa, quem está abastecendo o mercado paranaense são os produtores do Nordeste. Estamos perdendo para esses produtores, mercado há, falta produto", destacou João Muniz, secretário executivo da Cantu.

 

SONHO

 

O produtor João Wilson Narcizo comentou que se esse projeto tivesse sido proposto há 10 anos, os integrantes seriam chamados de loucos por familiares e outros agricultores. Muitos não iriam acreditar que um dia Pinhão estaria produzindo tomates orgânicos com alta qualidade e abastecendo mercados como de São Paulo e Brasília.

 

Satisfeito em participar do projeto, a dedicação foi tanta, que ele se deu conta da boa opção que fez no dia que estava trazendo uma carga de tomates para completar a carga vendida para São Paulo. "Vinha pelo caminho e percebi que era uma cena inédita, estava trazendo tomates com certificação de produção e nota fiscal do produtor no banco do passageiro. Não fomos abandonados pelos parceiros e não desistimos diante das dificuldades. Nada iria acontecer se não tivesse uma perspectiva de bons negócios com o tomate. Estamos colhendo os frutos desse trabalho", frisa Narcizo.

 

Para produtora Adriana de Cristo Silveira, moradora na Comunidade de Lajeado Feio que também aderiu ao projeto, o investimento valeu a pena: "o lucro não foi muito alto, mas satisfatório, essa é a primeira safra".

 

O presidente do Conselho Rural, Juarez Antunes, lembrou que os produtores basearam sua renda no extrativismo e que para muitos o momento é de reconhecimento. "Nossos pais e avós viveram por muitos anos da erva-mate e de outros produtos que brotavam da terra de forma voluntária. Nossos parceiros acreditaram em nós e o dia de hoje é um marco para nosso desenvolvimento".

 

A ESCOLHA DO TOMATE

 

O Certificado é a prova concreta de que os agricultores desse grupo, que estão em número próximo a 40, estão produzindo tomates orgânicos. "Talvez haja em Pinhão outros que também tenham o mesmo produto, porém, sem a certificação comprovada, têm dificuldades em aumentar a cartela de clientes. O documento tem validade em todo o território nacional", disse o consultor do Sebrae, Edson Braga.

 

Braga explicou que o consultor Dimorvan do Santos fez um levantamento de mercado, que mostrou que hoje está aberto no estado de São Paulo e chegou à conclusão que o tomate seria o carro chefe para o início do processo, que tem por objetivo abrir novos mercados fora da região. "Hoje a maior parte da produção está sendo vendida para os paulistas e foi assim que se chegou a esse produto. Mas, nada impede que se comece a produzir outros produtos para que tenham o mesmo processo que teve o tomate".

 

Para este primeiro semestre há uma perspectiva de comercialização de 50 toneladas do tomate orgânico produzido nas 40 estufas construídas nos dois municípios. "Nossa maior dificuldade está no transporte, que desta vez contará com o apoio da Prefeitura de Pinhão. Pretendemos adquirir um caminhão com câmara fria com recursos via Ministério do Desenvolvimento Agrário. Estes resultados servem de exemplo para outros municípios do Território da Cantu", comemorou Dimorvam.

 

O prefeito Dirceu de Oliveira falou da surpresa pela escolha da produção em escala comercial do tomate e com o número de pessoas interessadas em cultivar um produto orgânico, que tem uma ligação forte com a agricultura familiar. "Sempre fomos incentivadores da agricultura familiar desde quando assumimos e fomos procurados em 2013 pelo grupo. Conhecemos a cultura do nosso povo que sempre teve no extrativismo a condição de sua renda. Já as culturas não extrativistas são inseridas a passos muitas vezes lentos. Graças ao trabalho dos parceiros é possível encontrar alternativas de renda para o pequeno produtor de Pinhão e também de Reserva do Iguaçu".

 

Para que se faça a entrega da carga durante esta semana, os produtores contaram com o auxílio da Prefeitura no transporte de Pinhão até determinado ponto, sentido município União da Vitória. "Estaremos dando esse suporte para que o produto chegue até seu destino final. Acompanhamos todo este processo e ficamos satisfeitos pelos resultados que estes agricultores estão colhendo. O certificado tem validade para 2015 e esperamos para a próxima entrega de certificação que haja um número maior de produtos e de produtores", desafiou o prefeito. (Com Jornal Fatos do Iguaçu)

 

 

 

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