O prefeito Darci Zolandek, que fez questão de acompanhar a conferência, agradeceu aos participantes e secretarias envolvidas, falou sobre a incoerência que existe nos programas sociais com a realidade local e disse que a grande maioria mesmo tendo condições não sabe se alimentar. “Tem gente que tem dinheiro no bolso, mas não sabe comprar. A praticidade do dia a dia, o comodismo trouxe para as nossas mesas alimentos industrializados, congelados, cheios de conservantes. Produtores que antes produziam de tudo, agora compram quase tudo no mercado e estão arrendando suas terras para ‘commodities’. E isso resulta em grandes prejuízos para a saúde das pessoas e do planeta ”, destacou o prefeito.
O palestrante, Valdemar Arl, professor e engenheiro agrônomo, ressaltou a apologia ao agronegócio, a preocupação na produção de alimentos saudáveis, das pequenas propriedades que mesmo com grande potencial poucos conseguem se manter no campo, por diversos fatores, como a monocultura. O professor também apresentou dados sobre o alto índice de alimentos contaminados por agrotóxicos e algumas experiências de agroindústrias para o processamento de produtos, que favorecem a produção agroecológica e o fortalecimento da agricultura familiar.
Já a médica veterinária da Secretaria de Agricultura, Claudia G. Tomen apresentou alguns dados locais, demográficos, de produção agrícola, uso de agrotóxicos e outros para auxiliar na discussão dos eixos.
A nutricionista da Secretaria de Educação, Soraia Mohanna, disse que aproximadamente 500 famílias do município ainda estão inseridas em dados de insegurança alimentar, ocasionando problemas de saúde, como obesidade, diabetes, colesterol, doenças cardíacas, entre outras.
Foram formados três grupos para discussão: 1º Eixo: Comida de verdade: avanços e obstáculos para a conquista da alimentação adequada e saudável e da soberania alimentar. 2° Eixo: Dinâmicas em curso, escolhas estratégicas e alcances da politica pública. 3º Eixo: Fortalecimento do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
Após a discussão cada grupo apresentou em plenária as propostas especificas para cada eixo temático a fim de contribuir para a produção agroecológica, segurança alimentar e nutricional e incentivar o consumo de produtos sem agrotóxicos, todas as propostas apresentadas foram aprovadas.
Propostas
Eixo 1 –
Criar estratégias de economia solidária municipal; desenvolver projetos com assistência técnica para a produção de comida de verdade diversificada com a participação popular capaz de trabalhar o cooperativismo; criar estratégias de marketing para produção e cultivo de alimentos de verdade nas escolas (pais, alunos e professores), na rádio, nas igrejas, nos movimentos e associações; criar programas/projetos onde os mercados do município tenham benefícios/vantagens quando venderem produtos agroecológicos produzidos no município; melhoria na oferta de alimentos frescos na cesta básica, para as pessoas em situação de insegurança alimentar e nutricional.
Eixo 2 –
Capacitação de técnicos especializados em Agroecologia; Conselhos como o (COMSEA, Leite das Crianças, Bolsa Família) mais atuantes, com capacitações pelo estado para melhorar as diretrizes; parcerias com universidades e laboratórios especializados em análises de alimentos que contenham níveis de agrotóxicos; continuidade de programas como o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) na alimentação Escolar, mesmo que haja troca de gestão e gestores, para que não haja desmotivação do setor produtivo e da área de planejamento municipal.
Eixo 3 –
Criar no âmbito municipal, um responsável pela Segurança Alimentar e Nutricional, para que as informações não se dispersem, do quadro efetivo de funcionários; garantir que no orçamento Municipal, em todas as Secretarias estejam ações para serem desenvolvidas na área de SAN; melhorar a qualidade de atendimento para mulheres e jovens, através da contratação de profissionais (engenheiro agrônomo, nutricionistas e assistentes sociais); sensibilizar as organizações sem fins lucrativos, através de palestras e auxiliá-los na elaboração de projetos voltados para a SAN; melhorar as ações da vigilância sanitária na fiscalização e incentivo para as organizações com fins lucrativos, com treinamentos mostrando a importância das ações da SAN; introduzir conteúdos de Segurança Alimentar no currículo escolar, através de projetos como a horta escolar entre outros no currículo escolar; ampliar o horário de atendimento ao público nas feiras do produtor.
Na oportunidade também foi formado o COMSEA (Conselho Municipal de Segurança Alimentar), por 22 membros, representados da seguinte forma:
a)Não Governamentais
•Associação de Produtores de Agroecológicos
Titular: Clenice Fryder
Suplente: Andreia Amaral
•Associação de Feirantes de Palmital e Movimento de Pequenos Agricultores
Titular: João Kaviak
Suplente: Antonio Vaz
•Assentamentos de Produtores Rurais
Titular: Alicindo Gonçalves
Suplente: Caito
•Associação de Classe Profissional e Empresarial:
Titular: Valdecir Muller
Suplente: Sandra Dubena
•Instituições Religiosas de Diferentes Expressões de Fé:
Elvira MikuskaElizete
Laurita Irene
•Grêmio Estudantil – Representando os Jovens
Titular: Andriele Ap. Heupa
Suplente: Carolaine Bigurna
b)Governamentais:
TITULARES:SUPLENTES
Secretaria de Saúde:
Thainara Morador LopesSérgio
Promoção Social:
Viviane Dutra FrancoGeniane Santana
Secretaria de Educação:
Soraia Angélica Mohanna Eva Aparecida de Souza
Secretaria da Agricultura:
Cláudia G. TomemDaniel
Em seguida foram eleitos os delegados que irão representar o município na Conferência Regional de Segurança Alimentar e Nutricional que irá acontecer no município de Guarapuava: Alcindo Gonçalves, Clenice Fryder, Cláudia G. Tomen e Soraia A. Mohanna.
Por assessoria