O governo de Laranjeiras do Sul soma quase cinco dias de atenção ininterrupta as famílias atingidas pelas fortes chuvas que assolam o município desde a madrugada da última quinta dia 20. Ontem, segunda-feira, a prefeita Sirlene Svartz dedicou o dia junto com sua comitiva para acompanhar o trabalho de vistoria feito pelo Corpo de Bombeiros e Polícia Ambiental. Além de priorizar o atendimento as pessoas que ocasionalmente pudessem estar em situação de vulnerabilidade, desdobramentos importantes sobre os acidentes foram obtidos.

De acordo com o comandante da 4ª Companhia de Polícia Ambiental do Paraná, capitão Fabiano Gevert, diversos crimes foram constatados, principalmente no bairro Santo Antônio de Pádua onde houve o deslizamento de uma encosta. Segundo ele, a agressão ao meio ambiente teve ligação direta com o desmoronamento que comprometeu cerca de sete moradias. O capitão adiantou que pretendido loteamento no local deverá ser embargado e os responsáveis pelos crimes investigados e punidos.

O subcomandante do 5º Subgrupamento do Corpo de Bombeiros de Guarapuava, capitão Jorge Augusto esclarece que a situação de Laranjeiras do Sul ainda é de emergência, em função das chuvas que caíram nas últimas horas e da previsão de novas precipitações. Segundo ele, o trabalho agora está focado na identificação dos locais mais vulneráveis e na quantificação dos prejuízos causados. Jorge explica ainda que o local onde ocorreu as duas mortes deverá ser desobstruído após a liberação e dificilmente poderá ser novamente ocupado já que é considerado área de risco consolidado.

A promotora de Justiça Juliana Baron acompanhou as vistorias e no final da tarde participou de uma reunião no gabinete da prefeita Sirlene, junto com representantes das equipes que trabalham em Laranjeiras do Sul desde o início das chuvas. Segundo ela, os esforços serão concentrados nas situações emergenciais, principalmente no que diz respeito às famílias que estão em locais de risco. Ela adianta que após o estudo realizado por técnicos da Universidade Federal da Fronteira Sul, especialistas em solo, e também da autarquia estadual Mineropar, quem insistir em permanecer nos locais condenados será notificado pelo Ministério Público que vai investigar as causas dos acidentes, em especial dos locais onde há indícios de crime ambiental.

A procuradora geral do município, Andreia Indalencio Rochi, explica que após os pareceres técnicos, as construções consideradas de risco serão embargadas como medida de proteção às famílias que serão encaminhadas para um abrigo público onde receberão todo suporte necessário até que uma solução definitiva seja tomada.