CASO

Segundo informações, as manifestações iniciaram do lado de fora, mas em seguida adentraram a Universidade, portando facões e fazendo barulho com tambores. Ao final colocaram bandeiras do movimento espalhadas pelo prédio para demarcarem o espaço. Nesta ocasião alguns professores registraram suas aulas como realizadas, mesmo sem tê-las concluídas, devido à perturbação nos corredores. O diretor do Campus de Laranjeiras do Sul, Paulo Mayer explica que não foi nada de anormal. “Tratava-se de uma jornada de estudos em função da terra. Mas sempre acontece de termos opiniões contrárias. Faz parte do processo de democratização. É preciso construir tolerância”, ressalta.

ALUNOS

A divisão de opinião é explícita. Um aluno cursante de Ciências Econômicas diz que muitos estão cansados disso, porém se calam com medo de represálias. “Não podemos pensar diferente”, aponta. Outro aluno de Agronomia é enfático ao resumir a ocupação. “Pedem respeito mas não respeitam os outros”, afirma.

O acadêmico de Educação no Campo e representante do MST no Campus disse que foram apenas debates propostos. “É uma forma de alerta para mostrar que a juventude está em luta pela democratização do acesso às terras. A UFFS tem dono sim e não são só os movimentos sociais. É do povo”, destacou

MOTIVO

De acordo com o representante do movimento, esta ação faz parte de um processo autônomo, a Campanha Universitária de Reforma Agrária, que já ocorreu em vários institutos de ensino superior, e não tem influência do período eleitoral da Universidade. Para ele, a insatisfação ocorre pela impressão marginalizada dos movimentos sociais dada pela mídia. Declara que a Universidade foi uma conquista do MST, e sua instalação foi providencialmente construída em um assentamento.

O Diretor esclarece que não há alunos que defendam a expulsão dos que apresentam opinião política contrária à da UFFS. “Estaremos debatendo no próximo Conselho de Campus qual é o limite dessas manifestações com palavras de ordem, por parte dos acadêmicos. Mas aqui dentro ninguém aprova a saída de ninguém”, finaliza.

JUFFS

Sobre o cancelamento os Jogos da Universidade da Fronteira Sul (JUFFS), Mayer relata que foi decidido em conselho que este ano não seriam realizados, pois a sede seria em Erechim, onde houve a necessidade de uma paralisação devido um grave acidente com professores e alunos. “Eles precisam cumprir com o calendário, então não podem parar uma semana em função dos jogos. Mas de maneira nenhuma somos contra a prática de esportes. Achamos por bem não realizar em solidariedade com o Campus de Erechim”, explica. (Com Jornal Correio do Povo)