“Este é um momento muito importante para a UFFS e para toda a comunidade porque marca o início do primeiro mestrado aqui em Laranjeiras do Sul e região”, aponta o professor Gilmar Franzener, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável.
Na aula inaugural estiveram presentes alunos do curso de mestrado, do curso de pós-graduação em Produção de Leite Agroecológico e da graduação interessados na temática, além professores e servidores técnico-administrativos.
O professor Santiago Sarandon falou ao público presente sobre os desafios da pesquisa em agroecologia. “Outro modelo de agricultura precisa de novos conhecimentos, e novos conhecimentos têm que ser pesquisados, construídos. Como fazer isso é todo um problema, um desafio. Este é um bom tema para o começo de um mestrado”, aponta Sarandon.
O professor Santiago Sarandon é autor de numerosos trabalhos científicos e capítulos de livros sobre agroecologia. Foi professor em mais de 50 cursos de pós-graduação, na Argentina e no exterior, nas temáticas de agroecologia, agroecossistemas e agricultura sustentável, orientando diversas teses de doutorado e dissertações de mestrado. Sarandon também atua como pesquisador da Comisión de Investigaciones Científicas de la Provincia de Buenos Aires, na Argentina.
Mestrado
O mestrado em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável começou a ser pensado em 2010 em um grupo de estudos liderado pela professora Josiane Aparecida Leandrini. O diretor do Campus Laranjeiras do Sul Paulo Henrique Mayer relembra como começou essa articulação que resultou na aprovação do mestrado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) no final do ano passado. “Nós temos quatro cursos de agronomia na UFFS e outros cursos afins, como engenharia ambiental, nutrição, veterinária, então somando todo o potencial que a universidade tem de professores, de todos esses cursos, com as publicações que eles têm, era bem possível que conseguíssemos aprovar um mestrado em agroecologia. E foi isso que a gente fez”, recorda o professor Mayer.
A aluna do mestrado Rosali Bandeira, de 26 anos, que esteve presente na aula magna, explica o que a motivou a fazer o curso. “Eu sempre me identifiquei com a temática ambiental. Isso surgiu desde pequena porque minha mãe tinha uma chácara. Por ser bióloga, minha mãe já me ensinava a lidar com as hortas e árvores frutíferas. Lá também tinha rio, então ela falava também sobre a importância de cuidar das águas, de cuidar dos solos. Essa influência veio da minha mãe e acabou continuando na minha juventude”, conta Rosali, que é formada em geografia pela Universidade Federal de Pernambuco.
Outra aluna do mestrado, Camila Schreiner, de 24 anos, também cultiva de longa data um interesse pela agroecologia. “Eu sempre me aproximei bastante da agroecologia por fazer um curso das agrárias. Participei do movimento estudantil e nós sempre tentávamos pautar na universidade que os cursos das áreas rurais se aproximassem mais da agroecologia e de um desenvolvimento rural diferente do que se estava abordando em sala de aula”, conta a aluna, que é formada em engenharia florestal pela Universidade Federal de Santa Maria, no Rio Grande do Sul.
Por Renata Portela