Terça, 10 Maio 2016 09:41

Prefeito de Foz do Iguaçu chefiou esquema de corrupção, afirma PF

O prefeito de Foz do Iguaçu, Reni Pereira, é considerado pela Polícia Federal (PF) o principal operador do esquema para desviar dinheiro público na prefeitura, investigado na Operação Pecúlio, deflagrada em duas fases - no fim de abril e no começo de maio.

 

Conforme as investigações, o grupo formado por servidores, agentes políticos e empresários fraudava licitações para o asfaltamento de ruas e contratos na área da saúde - tudo com recursos do governo federal. Seis investigados permanecem presos no município.

 

O prefeito teve a prisão temporária pedida pela PF, mas negada pela Justiça. No documento em que a prisão dele é solicitada, a polícia pede que Reni Pereira seja afastado do cargo e proibido de entrar na prefeitura para não atrapalhar as investigações.

 

Os investigadores dizem ter gravações que mostram que o chefe do Executivo usou sua influência política para neutralizar uma investigação da Câmara sobre os desvios na prefeitura.

 

Conforme a PF, o acordo previa cargos públicos para pessoas indicadas pelos vereadores.

Em transcrição do pedido de prisão da PF, há um diálogo sobre os possíveis cargos oferecidos entre o prefeito e o ex-secretário de Tecnologia de Foz, Melquizedeque Souza, considerado o homem de confiança de Pereira e operador do esquema.

 

O prefeito diz: "Consegui resolver metade das nomeações dos vereadores". Malquizedeque pergunta: "Conseguiu?". Reni Pereira completa: "É, mas vamo ter que arrumar função pra eles, ficou tudo como assessor especial (sic)".

 

Melquizedeque Souza deveria prestar depoimento nesta segunda-feira (9), mas preferiu ficar em silêncio, por orientação dos advogados.

 

Ainda segundo as investigações, ainda há a possibilidade de a mulher do prefeito, a deputada Cláudia Pereira (PSC), ter participado do esquema. A PF pediu para fazer buscas em vários endereços dela e que ela fosse conduzida para prestar depoimento. O pedido também foi negado pela Justiça.

 

Sem filmagem

A defesa do prefeito Reni Pereira pediu à Justiça que o prefeito não fosse filmado durante a Operação Pecúlio, a fim de "preservar a imagem pública dele" porque ele se dedica "a atividade político-partidária".

 

O desembargador do Tribunal Regional Federal Márcio Antônio Rocha, no entanto, não aceitou o argumento do prefeito. Na decisão, ele afirma que a "publicidade na investigação é direito de todo cidadão e serve de ferramenta para controle da administração".

 

Justiça nega revogação de prisões

A Justiça também revogou, nesta segunda-feira, o pedido de revogação das prisões de Rodrigo Becker, ex-secretário de Planejamento e ex-gerente regional da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), e do empresário Euclides Moraes.Conforme as investigações, Becker seria "laranja" do prefeito Reni Pereira. Na decisão, o juiz Pedro Carvalho Aguirre Filho cita que ele teve "uma vertiginosa elevação de sua movimentação financeira a partir do ano de 2012, o que permite inferir que pelas contas bancárias dele estão circulando recursos oriundos de desvios da prefeitura de Foz".

 

O juiz ressalta que a "movimentação financeira [de Becker] coincide com o início do mandato do prefeito Reni Pereira".

 

O advogado de Rodrigo Becker e de Euclides de Moraes informou que ainda hoje deve entrar com pedido de habeas corpus no Tribunal Regional Federal.

 

Outro lado

A reportagem entrou em contato, por e-mail e por telefone, com o advogado do prefeito Reni Pereira e com a assessoria de comunicação da prefeitura. Nem o advogado nem a assessoria deram retorno.

 

O presidente da Câmara de Foz do Iguaçu, Fernando Duso, informou que cada vereador responde pelos seus atos durante o mandato. A Câmara, como instituição, disse que só vai se manifestar quando tiver todos os detalhes da denúncia.

 

Em nota, o advogado do ex-secretário Melquizedeque Souza disse que só vai se manifestar quando a defesa tiver acesso ao processo. (Com G1)

 

 

 

Veja também:

  • Juiz autoriza desbloqueio de bens dos irmãos Batista

    O juiz federal João Batista Gonçalves, da 6.ª Vara Criminal de São Paulo, autorizou a suspensão do bloqueio de bens dos executivos Joesley e Wesley Batista, do grupo J&F, desde que eles apresentem um seguro-garantia.

     

    O magistrado havia determinado, no último dia 16, o bloqueio de R$ 238 milhões dos executivos, principais acionistas do grupo.

  • Catanduvas - Prefeito Moises presta homenagem aos meninos destaque

    Na manhã desta quinta dia 19, o Prefeito Moises Aparecido de Souza, prestou homenagem recebendo os meninos Luís Augusto e Dione Boava em seu Gabinete.

     

    A homenagem aconteceu em decorrência dos meninos Representarem de forma brilhante o Município de Catanduvas nos eventos da Região.

  • Rio Bonito - Prefeito Ademir Fagundes entrega honrarias a pioneiros pelos 50 anos de Quedas do Iguaçu

    O prefeito de Rio Bonito do Iguaçu Ademir Fagundes (Gaúcho) foi convidado e prestigiou na noite da última terça dia 17, os 50 anos de emancipação política do vizinho município de Quedas do Iguaçu, participando de um jantar em comemoração e onde ocorreu homenagem aos pioneiros.

     

    Recepcionado pela prefeita Marlene Revers e o secretário de Administração, Vitório Revers, o prefeito Ademir Fagundes fez a entrega das honrarias a alguns pioneiros.

Entre para postar comentários