Na época, o aporte firmado foi de R$ 1,69 per capita para cada cidade. No entanto, após seis meses, 70% delas ainda não quitaram essa dívida. Ou seja, dos 43 municípios, 30 estão inadimplentes com o Samu Oeste.
Sem esse aporte financeiro, os avanços do serviço estão ainda mais comprometidos, afirma o secretário-executivo do Consamu (Consórcio Intermunicipal do Samu Oeste), José Peixoto da Silva Neto. “Não tenho como contratar profissionais se os municípios não recolherem os valores, pois não há como arcar com a folha de pagamento. E isso vai gerando mais atraso. Se não fosse o dinheiro repassado por municípios grandes como Toledo e Guaíra não teríamos condições nem de fazer as licitações que até agora já somaram mais de R$ 1 milhão”, detalha.
Segundo o secretário, nem mesmo os sucessivos atrasos para o início das operações justificariam o não pagamento do valor de implantação, uma vez que esse aporte é justamente o dinheiro que movimentará os primeiros trabalhos do Samu Oeste. “Não haveria razão para não ter sido recolhido, pois o dinheiro é para pagar despesas como uniformes, medicamentos, materiais cirúrgicos, pranchas, lençóis, móveis, computadores, ou seja, o que realmente é preciso para implementar o serviço. É diferente de eles não pagarem a mensalidade referente à manutenção do Samu Oeste, até porque o serviço ainda não começou, mas o recurso de implantação é fundamental nessa fase em que estamos criando o Samu”, frisa.
Para que os municípios devedores regularizem a situação e para que o compromisso seja reforçado, uma assembleia está marcada para o dia 30 de setembro, às 9h, na sede da Amop (Associação dos Municípios do Oeste do Paraná), com os 43 municípios atrelados ao consórcio. Além desse assunto, também serão discutidas a análise e aprovação do Plano Anual de Trabalho e da proposta orçamentária anual de 2014, a deliberação sobre os casos de contratação temporária de empregados para o Consamu e a alteração nos valores a serem pagos a título de manutenção mensal.
Histórico
O início das operações do Samu Oeste já virou novela. São mais de uma dezena de protelações em quase três anos. O atraso foi tanto que o Ministério Público deu início à investigação sobre o caso, inclusive, com a possibilidade de acionar os gestores do Consamu judicialmente. A falta de profissionais para atender as bases do Samu Oeste foi um dos motivos apontados pelos gestores para a demora no início do atendimento. Para isso, em julho foi realizado concurso público que ofereceu 273 vagas distribuídas pelas bases da região Oeste. Os salários são de R$ 662 a R$ 7,2 mil. Os aprovados já foram convocados. No entanto, eles ainda precisam passar por capacitação com aulas teóricas e atividades práticas, visando a padronizar os conhecimentos e protocolos de atendimento para o Consamu.
Dessa forma, foi aberta a licitação para a contratação de empresa para dar a qualificação. O resultado está programado para o dia 26 de setembro. Conforme o Consamu, assim que a empresa for contratada, a capacitação será iniciada. Ou seja, espera-se que até o fim deste mês os colaboradores já estejam treinados.
Novidade
A partir de 10 de outubro, o número 192 do Samu Oeste passará a tocar na sede do consórcio em Cascavel e à medida que as bases ficarem prontas o serviço será iniciado paulatinamente. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência atenderá 43 municípios do Oeste. Para isso, 23 ambulâncias vão atuar na região. Além do atendimento aéreo.
Fonte - O Paraná