Sábado, 01 Dezembro 2012 17:10

Quadrilha cascavelense abastecia o PCC e o Comando Vermelho com terras inclusive em Catanduvas

Investigações da PF de Cascavel levaram líder do PCC para trás das grades.

A quadrilha comandada pelo casal cascavelense Almir José Pinto e Marisa Salete Pinto - ambos considerados foragidos da Justiça até o fechamento desta edição - construiu um patrimônio de R$ 20 milhões.

 

A ajuda de familiares e sócios foi fundamental em uma prática criminal bastante ousada.

 

Eles foram identificados em uma investigação da Polícia Federal que resultou na Operação Vera Cruz, deflagrada ontem. O mandado de prisão de Almir e Marisa já foi expedido. A ação ocorreu simultaneamente em sete estados brasileiros e culminou com a prisão do líder do PCC, em São Paulo.

 

Conforme a polícia, o empreendimento familiar abastecia com drogas o crime organizado brasileiro. Destaque para as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CV (Comando Vermelho).

 

A logística era detalhada. O grupo utilizava veículos de passeio de luxo, geralmente passados para o nome do condutor, uma pessoa simples, preparada e vestida para isso. Os carros eram recheados com entorpecentes, saíam do Paraguai, onde costumavam receber a droga, e passavam necessariamente por Cascavel, onde estava o QG. Só então seguiam para o destino.

 

Segundo o delegado responsável pelo Núcleo de Operações na Delegacia da Polícia Federal de Cascavel, Martin Purper, eram feitos pelo menos três carregamentos semanais. “Alguns veículos foram pegos pelas Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal durante os quase dois anos de investigação. Esse foi um dos caminhos pelo qual chegamos aos criminosos”, explicou. 

 

A negociação criminosa ocorreu por inúmeras vezes de forma presencial. Os receptadores, como o caso de Gilmar dos Santos Arruda, um dos principais líderes do PCC preso ontem em São Paulo durante a operação, vinham a Cascavel ou alguém do grupo cascavelense ia até os morros cariocas ou paulistas em uma espécie de fidelização do cliente.

 

Em Catanduvas, PF apreendeu máquinas e implementos agrícolas da quadrilha (foto: Aílton Santos)

 

Quando estavam na região, a hospedagem era uma casa de classe média localizada no Centro de Cascavel ou na sede de uma das fazendas da quadrilha, em Catanduvas.

 

As investigações feitas pelo Núcleo de Operações da Delegacia da Polícia Federal de Cascavel revelaram que as negociações ocorreram por pelo menos cinco anos.

 

Homem que começou a ganhar chão com o contrabando na região de Foz do Iguaçu, Almir José Pinto migrou para as drogas. Abastecendo grandes organizações, construiu um patrimônio de R$ 20 milhões. Outros R$ 10 milhões serviram como capital de giro para compra, venda e logística à entrega dos entorpecentes.

 

Dos 22 mandados de prisão expedidos para a Operação Vera Cruz, 11 foram cumpridos ontem. Até o fim da tarde, a PF havia confirmado o nome de nove deles (confira composição criminal e quem foi preso no organograma).

 

O dinheiro era lavado de uma forma que, para as características da região Oeste, não despertaria a atenção dos curiosos. Os envolvidos não costumavam ostentar riquezas, não esbanjavam, mas aplicavam em terras, máquinas, implementos agrícolas e animais de raça, como o caso dos dez cavalos manga larga apreendidos no Pará ontem, orçados em R$ 100 mil cada um.

 

Na região Oeste em três fazendas foram apreendidos oito tratores de grande porte, uma colheitadeira e uma retroescavadeira. Somadas às demais apreensões feitas nos demais estados, o montante chega aos R$ 4 milhões.

Foragidos estão no Paraguai 

 

O delegado-chefe da DPF de Cascavel, Fábio Simões, afirmou que todas as pessoas que lideram o bando foram indiciadas. “Conseguimos identificar todo o grupo, desde o fornecedor no Paraguai, os compradores, os receptadores, essa foi uma operação completa”, afirmou. No caso dos brasileiros identificados, todos tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça.

 

Calcula-se que parte da quadrilha que ainda não foi pega esteja do outro lado da fronteira, no Paraguai, onde também tem posses. Uma parceria com a polícia do país vizinho poderá trazê-la para Brasil. “Como são considerados foragidos aqui e estão de forma irregular lá, se forem localizados serão expulsos o Paraguai”, esclareceu o delegado Martin Purper.

 

Para ser deflagrada, a operação contou com o envolvimento em sete estados (Paraná, Santa Catarina, Bahia, Pará, Espírito Sant, Rio de Janeiro e São Paulo) e foram mobilizados 200 agentes da Polícia Federal.

 

 

 

 

 

Fonte - O Paraná

 

 

 

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