No Noroeste do Paraná, o problema mais sério está nas cidades cortadas pelo rio Ivaí.
O decreto que inclui mais 21 cidades foi assinado na quarta-feira e o anterior, com 59, foi formalizado pelo governador do Paraná, Beto Richa, na quinta-feira da semana passada. Com tempo firme, equipes da Defesa Civil, em parceria com servidores e voluntários de cidades do interior, conseguem apurar com mais precisão o tamanho do estrago provocado por duas semanas de chuva praticamente contínua. Há possibilidade de o número de municípios em situação de emergência crescer ainda mais.
Um dado dá ideia da quantidade de água que o Paraná, e principalmente o interior, registrou durante duas semanas (período de 19 a 30 de junho), com cessão da chuva no domingo . O volume médio de precipitação pluviométrica para todo o mês de junho na região Oeste é de 137 milímetros e em algumas partes do Estado ele superou essa marca em mais de três vezes, ultrapassando a casa dos 400. A consequência foram deslizamentos, que mataram duas pessoas em Laranjeiras do Sul e bloquearam trechos de rodovia, alagamentos, destruição de pontes, bueiros e estradas e danos na produtividade e qualidade de grãos em época de cultivo.
Decreto
Com o reconhecimento do decreto, as prefeituras dos municípios atingidos contam com prazo de seis meses para contratar serviços emergenciais para minimizar perdas. Os danos devem ser rigorosamente apurados e elaborado plano de execução que então será enviado ao Ministério da Integração. Esse procedimento facilita o acesso de recursos para pontes e estradas. O governo do Estado também contribui com o repasse de donativos, utensílios para cozinha, colchões e alimentos. Até agora, 30 mil famílias já foram alcançadas por essa ajuda.
Pelas contas da Defesa Civil, são 110 os municípios atingidos pela instabilidade climática com 137 mil famílias afetadas. Há ainda pelo menos 800 pessoas desabrigadas, dessas algumas no Oeste, na região do Porto Meira em Foz do Iguaçu – e também em Cidade do Leste, no Paraguai. Apesar de o nível dos rios Iguaçu e Paraná estarem recuando desde o fim de semana, áreas mais baixas continuam inundadas.
Oeste
Vera Cruz do Oeste
Foz do Iguaçu
Guaraniaçu
Nova Laranjeiras
Santa Tereza do Oeste
Lindoeste
Sudoeste
Ampére
Boa Esperança do Iguaçu
Chopinzinho
Santa Antonio do Sudoeste
Dois Vizinhos
Realeza
São Jorge do Oeste
Saudades do Iguaçu
Sulina
Pranchita
Bom Jesus do Sul
Itapejara do Oeste
São João
São Jorge do Oeste
Bom Jesus do Sul
Cantagalo
Marquinho
Guarapuava
Laranjeiras do Sul
Rio Bonito
Lindoeste teve situação de emergência reconhecida há mais tempo
Municípios do Centro-Oeste também com status reconhecido
Municípios aceleram obras em vias rurais
Prefeituras da região aproveitam o tempo seco para corrigir parte dos problemas que duas semanas de chuva provocaram, principalmente na zona rural. A administração pública de Palotina emprega equipes das secretarias de Agricultura e de Obras para acelerar a recuperação de estradas danificadas. Primeiramente, os trabalhos ocorrem nos pontos críticos.
O prefeito Jucenir Stentzler (PTB) informa que a prioridade é facilitar o escoamento da produção de grãos, leite e também garantir segurança ao transporte escolar. Palotina conta com cerca de 700 quilômetros de estradas rurais.
Cascalhamento
Para recuperar os prejuízos provocados pelas chuvas no interior, a administração pública de Céu Azul reforça a atuação do Parque de Máquinas. A prioridade é a aplicação de cascalho. A gestão do prefeito Jaime Basso (PDT) destacou duas equipes na operação. Uma delas atua na região de Linha Gaúcha e Nova União e outra em Rio das Pedras. Pelo menos 200 dos 600 quilômetros de estradas que cortam o interior de Céu Azul não estão no melhor de sua forma, conforme Jaime.
As operações de recuperação de acessos ao interior também ocorrem em diversos outros municípios, como Lindoeste, Tupãssi, Capitão Leônidas Marques, Guaraniaçu, Jesuítas e Santa Tereza do Oeste. Já em Laranjeiras do Sul, onde o prejuízo com o período chuvoso ultrapassa a casa dos R$ 3 milhões, a preocupação da prefeita Sirlene Svartz é com as famílias atingidas. A gestora contata o governo a fim de apressar trâmites à construção de moradias às famílias mais duramente atingidas. Lá, duas pessoas morreram soterradas.
Fonte - O Paraná