Quinta, 11 Maio 2017 10:43

Região Sudoeste terá grande prejuízo com lavouras de feijão

As lavouras de feijão da região Sudoeste terão perda consideráveis de produtividade devido à geada registrada no último dia 28.

 

A estimativa de perda na microrregião de Francisco Beltrão é de 10%. Na micro de Pato Branco, onde o frio foi mais intenso, a redução ficará entre 20% e 30%.

 

Em Mangueirinha, no dia do frio mais intenso, o produtor Laercio Della Vechia, da Linha Covó, acordou cedo, levou termômetros para a lavoura de feijão e gravou um vídeo mostrando as plantas congeladas.

 

“É geada e geada com vontade.É muito provável que dê perda total.”

 

Os termômetros mostraram -2,1 e -1,3. Ele disse que os produtores não conseguiram plantar o feijão tão cedo porque o ciclo do milho foi alongado. “Atrasou o plantio e, além disso, fazia de 5 a 6 anos que não dava geada no mês de abril.”

 

O engenheiro agrônomo do Deral Josemar Bannach, Núcleo de Pato Branco, afirmou que em algumas localidades o prejuízo foi total. Mas se considerar a microrregião toda, com cerca de 60 mil hectares plantados, ele acredita que a redução chegará a 30%

 

. “Nós tínhamos de 30% a 40% das lavouras suscetíveis ao frio e nelas o prejuízo foi mais intenso.” Os municípios mais afetados foram Clevelândia, Mangueirinha, Mariópolis e Pato Branco. De acordo com ele, pelo menos 15% das lavouras estão colhidas com uma média de até 1.900 quilos por hectare.

 

A expectativa é que todo feijão esteja colhido até o final do mês de maio. No dia 28 de abril, por exemplo, na relva, a temperatura registrada pelo Iapar, em Palmas, foi de -6,6 graus celsius.

 

Geada queimou mais nas baixadas

 

A reportagem do Jornal de Beltrão visitou ontem a propriedade rural de Ivanir Savegnago, na Linha Gaúcha, onde a queda na lavoura será entre 40% e 50%. A família plantou feijão em 12 alqueires.

 

“A geada pegou mais forte, principalmente nas baixadas.”

 

Além disso, ele lembra que logo depois do plantio, no final de janeiro, teve alguns dias sem chuva o que também tinha prejudicado o ciclo da planta. “O grão não se formou e a vagem ficou murcha.”

 

O feijão ocupou apenas 10% da área total da propriedade e o objetivo era fazer rotação de cultura.

 

Ivanir disse que no final deste mês a família irá começar o plantio de trigo que abrangerá em torno de 40 alqueires.

 

“O preço do trigo está bem ruim, pra ter uma ideia é preciso de R$ 120,00 a saca só para cobrir os custos”, reclama.

 

Atílio Venturin Sobrinho, presidente da Associação de Avicultores e Suinocultores de Itapejara D´Oeste e produtor rural, frisou que “o milho não deu problema nenhum com o frio.

 

O feijão atingiu um pouco na nossa região. Estragou um pouco”. Atílio também falou sobre o preço do feijão.

 

“É uma planta cara, se o preço ajudar não precisa muito pra pagar, mas se não ajudar é mais um problema também. Plantei 50 alqueires de milho, 30 de feijão, financiei o milho e um pouco do feijão. O resto tudo foi de recurso próprio”, contou.

 

Seu Atílio sabe que esta segunda safra não dá pra esperar muito em termos de renda. “Vai ser um ano de safrinha sem ver lucro nenhum. Nós sempre víamos um lucro bom na safrinha, porque era de soja, e esse ano não pode mais, não temos mais nenhum recurso de safrinha”, disse.

 

A segunda safra de soja foi proibida, a partir de 2017, pela Agência de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Adapar) para evitar que a ferrugem asiática continue atacando as lavouras mesmo no outono-inverno.

 

De 8 mil a 10 mil toneladas perdidas

 

O engenheiro agrônomo Ricardo Kaspreski, da Secretaria do Estado da Agricultura/Deral, relatou que o levantamento preliminar indica perdas de 10% a 15% nas lavouras da microrregião de Francisco Beltrão.

 

“Se considerar Beltrão e os municípios mais próximos como Verê, Marmeleiro e Renascença a redução pode variar de 20% a 25%. Nos municípios com influência do Rio Iguaçu a geada foi mais leve.”

 

O feijão tinha uma área plantada de 34.500 hectares com estimativa de produção de 69 mil toneladas. “Com essa geada de 8 mil a 10 mil toneladas deixarão de ser colhidas.” Só 2% das lavouras foram colhidas até agora.

 

A maioria das lavouras estão em fase de maturação, mas ainda há boa parte de plantas em fase de frutificação e essas estão sensíveis a uma eventual geada. Chuvas intensas no período de colheita também podem afetar a qualidade do grão.

 

O preço da saca de feijão carioca está sendo comercializada no Estado a R$ 135,00 e o feijão preto a R$ 114,00. (Com Diário Reservense)

 

 

 

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