A expectativa era de que o projeto que revoga o reajuste salarial dos servidores chegasse na Alep no último dia 5, mas o Governo do Paraná voltou atrás e decidiu adiar a discussão. O líder do executivo, Luiz Cláudio Romanelli (PSB), diz que o Palácio Iguaçu achou prudente aguardar a votação de duas propostas no Congresso Nacional que tratam da dívida dos estados com a União e do limite de gastos públicos pra depois voltar a falar da revogação da data base do funcionalismo.
A previsão é de que o projeto chegue à Alep para votação em outubro.
“Estamos acompanhando pelos relatórios e tenho muita preocupação com a dinâmica da arrecadação, que no semestre está aparentemente muito abaixo do que estávamos prevendo. É necessário que agora se tenha muita parcimônia de tratar o gasto público sob o risco de o Paraná ficar com as contas desequilibradas. O ideal agora é prestar serviço de qualidade para a população, todos aqui somos servidores públicos e cada um tem que fazer sua parte”, afirmou Romanelli.
O Governo do Paraná estuda implantar primeiro, a partir de janeiro, as promoções e progressões – no valor de R$ 260 milhões, montante calculado até o mês de junho -e só depois voltar a falar em reajuste para o funcionalismo. Estão pendentes os dois últimos reajustes a serem pagos em janeiro e em maio de 2017 – o que foi acordado no ano passado e definido em lei, em meio à greve.
“O importante é que servidores que tenham valores a ser recebidos por parte do governo – cerca de 40 mil servidores -, que têm promoções e avanços atrasados, [saibam que] o governo tem o desejo de pagar isso. Agora, é preciso entender o momento do Brasil. O estado não é apenas o servidor, com o devido respeito, o estado são 11 milhões de paranaenses, nós temos que pensar dessa forma”, afirmou na época o presidente da Casa, Ademar Traiano (PSDB).
A votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) também foi adiada. A sessão extraordinária de hoje (20) é a última a ser realizada antes do recesso parlamentar, que termina no dia primeiro de agosto.
O deputado Requião Filho questionou a medida e afirmou que os pagamentos já estavam previstos no orçamento. “Argumentação mentirosa e leviana. O secretário Mauro Ricardo afirmou que com o aumento de impostos eles teriam dinheiro para pagar a data-base. Se não o querem fazer agora, não querem por picuinha e pirraça do governador. Dinheiro existe e o pagamento já estava previsto no orçamento”, disse.
Alguns servidores que ainda não conseguiram acessar o prédio da Assembleia Legislativa bloqueiam a rua em frente a Casa impedindo a passagem de veículos.
Estado de greve
Em estado de greve desde o dia 25 de junho, devido ao atraso no pagamento de promoções e progressões na carreira, os servidores estaduais da Educação podem iniciar mais uma batalha com o governo nos próximos dias. De acordo com a diretora da APP Sindicato, que representa os professores, a categoria pode entrar em greve a qualquer momento. (Com Paraná Portal)