Quinta, 07 Abril 2016 09:22

Para cada criança na adoção, há cinco famílias na espera no Paraná

Segundo dados da Corregedoria Nacional de Justiça do CNJ, no dia 1º de abril constava no sistema do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) um total de 3.913 pretendentes (casais ou pessoas sozinhas) e 815 crianças e adolescentes para adoção no Paraná.

 

Isso significa que para cada criança há cinco adotantes que poderiam ser seus pais, mas não são (e provavelmente não serão). O problema é que a maioria das famílias espera por crianças de pouca idade.

 

Dos 3.913 pretendentes à adoção no Estado, somente 35 (ou 0,9% do total) aceitam receber crianças com idade entre 7 e 17 anos. Essa faixa etária, contudo, é a maioria entre as que aguardam por uma família, respondendo por 562 das 815 crianças que esperam pelo acolhimento — ou seja, 69% dos jovens para adoção não se encaixam no perfil desejado pela esmagadora maioria dos adotantes.

 

Ainda segundo os dados da CNA neste caso os dados nacionais, 87,5% dos pretendentes desejam adotar uma criança com idade entre 0 e 5 anos e 9,67% aceitam crianças com idade entre 6 e 8 anos. A partir do nono aniversário, porém, conseguir uma família que acolha essas crianças é uma raridade, com o índice de adotantes que aceitam receber crianças com idade entre 9 e 17 anos variando entre 0,06% (até 16 anos de idade) e 1,03% (até 10 anos de idade).

 

Perfil no Paraná

Voltando ao Paraná, no ano de 2014 foram 35 adoções de crianças com idade entre 7 e 17 anos (18,72% do total). Em 2015, foram 54 adoções (22,69%), enquanto em 2016, até o final de março, foram nove (22,5%). Embora lento, os preconceitos acerca da adoção tardia vão sendo superados. Um exemplo é o casal Toni Reis e David Harrad. Há 26 anos juntos, eles são pais de três crianças adotadas tardiamente Alyson, Felipe e Jéssica (os dois últimos irmãos biológicos).

 

Quando deram início ao processo de adoção, em 2005, Toni e David queriam adotar uma criança com idade entre 0 e 5 anos. Depois de fazerem o curso obrigatório para pretendentes resolveram abrir o leque e adotar uma criança mais velha. O processo de adoção, porém, foi lento, até pelo fato de terem sido um dos primeiros casais homossexuais a tentar adotar uma criança. Enquanto os colegas de curso levaram cerca de um ano, Toni e David tiveram de esperar sete até finalmente conseguir adotar Alysson, na época com nove anos de idade. (Com Bem Paraná)

 

 

 

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