Dos 3.913 pretendentes à adoção no Estado, somente 35 (ou 0,9% do total) aceitam receber crianças com idade entre 7 e 17 anos. Essa faixa etária, contudo, é a maioria entre as que aguardam por uma família, respondendo por 562 das 815 crianças que esperam pelo acolhimento — ou seja, 69% dos jovens para adoção não se encaixam no perfil desejado pela esmagadora maioria dos adotantes.
Ainda segundo os dados da CNA neste caso os dados nacionais, 87,5% dos pretendentes desejam adotar uma criança com idade entre 0 e 5 anos e 9,67% aceitam crianças com idade entre 6 e 8 anos. A partir do nono aniversário, porém, conseguir uma família que acolha essas crianças é uma raridade, com o índice de adotantes que aceitam receber crianças com idade entre 9 e 17 anos variando entre 0,06% (até 16 anos de idade) e 1,03% (até 10 anos de idade).
Perfil no Paraná
Voltando ao Paraná, no ano de 2014 foram 35 adoções de crianças com idade entre 7 e 17 anos (18,72% do total). Em 2015, foram 54 adoções (22,69%), enquanto em 2016, até o final de março, foram nove (22,5%). Embora lento, os preconceitos acerca da adoção tardia vão sendo superados. Um exemplo é o casal Toni Reis e David Harrad. Há 26 anos juntos, eles são pais de três crianças adotadas tardiamente Alyson, Felipe e Jéssica (os dois últimos irmãos biológicos).
Quando deram início ao processo de adoção, em 2005, Toni e David queriam adotar uma criança com idade entre 0 e 5 anos. Depois de fazerem o curso obrigatório para pretendentes resolveram abrir o leque e adotar uma criança mais velha. O processo de adoção, porém, foi lento, até pelo fato de terem sido um dos primeiros casais homossexuais a tentar adotar uma criança. Enquanto os colegas de curso levaram cerca de um ano, Toni e David tiveram de esperar sete até finalmente conseguir adotar Alysson, na época com nove anos de idade. (Com Bem Paraná)