“A vacina servirá para proteger também este público mais vulnerável. Isso terá impacto direto na redução do número de mortes”, ressaltou o secretário da saúde, Michele Caputo Neto.
O Governo do Estado também está reforçando as demais ações de prevenção contra a dengue. O foco é o combate ao mosquito Aedes aegypti, que também transmite o zika vírus e a febre chikungunya. A circulação simultânea das três doenças atualmente é uma das principais preocupações das autoridades de saúde.
De acordo com a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide de Oliveira, é preciso intensificar o trabalho de eliminação dos criadouros do mosquito. “Mesmo com o fim do verão, os mutirões de limpeza e as ações de conscientização devem continuar em todos os municípios. O poder público e a população têm que se unir e fazer sua parte no combate ao inseto”, disse.
Ao todo, 299 municípios paranaenses são considerados infestados pelo Aedes aegypti. Destes, pelo menos 219 já presentaram casos autóctones de dengue, quando a infecção ocorre dentro do próprio município. O dado revela que a doença já circula em mais da metade (55%) das cidades do Paraná.
“Os números mostram que a dengue não é um problema exclusivo das regiões norte, noroeste e oeste. Hoje a doença já está presente em todo o Estado, inclusive no litoral, que têm a cidade com o maior número de casos do período”, revelou a superintendente.
Cleide se refere à Paranaguá, em epidemia desde janeiro deste ano. Com 3.493 casos confirmados da doença, o município também é o que concentra a maior parte das mortes causadas pela dengue – são 19 das 31 registradas no Estado. Quatro destes óbitos foram confirmados nesta terça-feira, no novo boletim epidemiológico da Secretaria da Saúde.
A diretora da 1ª Regional de Saúde, Ilda Nagafuti, ressalta que o governo estadual já aplicou mais de R$ 8,8 milhões em ações para o enfrentamento da epidemia em Paranaguá. “Dinheiro destinado a atividades de limpeza urbana e a contratação emergencial de médicos e enfermeiros, compra de medicamentos, aquisição de materiais médicos-hospitalares, entre outras despesas para estruturar a assistência aos doentes”, detalhou.
O Estado também instalou um hospital de campanha para garantir melhores condições de atendimento aos pacientes com suspeita da doença. As tendas serviram de suporte para o Pronto Atendimento Municipal, que chegou a receber mais de 700 pessoas por dia com sintomas da dengue.
No fim do ano passado, uma força-tarefa da Secretaria da Saúde foi enviada para Paranaguá com o objetivo de prestar apoio técnico às equipes da prefeitura. No verão, foi realizada uma pesquisa entomológica para verificar a presença do mosquito no litoral do Estado. Esta ação serviu de subsídio para o desenvolvimento de ações de controle do Aedes aegypti.
Para as próximas semanas, já está prevista a realização de uma nova fase da aplicação do fumacê. Camionetes do governo estadual serão deslocadas para a cidade para o combate ao mosquito adulto, em sua forma alada. O trabalho deverá ser feito simultaneamente a mutirões de limpeza.
O boletim divulgado nesta terça informa ainda que mais quatro municípios do Paraná entraram na lista de cidades com epidemia de dengue nesta semana. Com a inclusão de Ampére, Marialva, Corbélia e São Jorge do Ivaí, sobe para 40 o número de municípios epidêmicos.
Quanto ao zika vírus, o número de casos do Estado passou de 190 para 200. Pelo menos 16 deles dizem respeitos a gestantes que estão sendo acompanhadas de perto pelas equipes de saúde da Rede Mãe Paranaense.
Os registros de febre chikungunya também aumentaram na última semana. Com a identificação de mais um caso importado, agora o Paraná confirma 41 ocorrências da doença. (Com Bem Paraná)