Segunda, 21 Março 2016 13:52

Consumidor de menor poder aquisitivo é o que mais sofre com a crise no Paraná

O índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) no Paraná está cada vez mais baixo.

 

O indicador, aferido mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), caiu 2,6% em março na comparação com fevereiro e ficou em 88,3 pontos.

 

Na análise anual, a queda é de 25,5% em relação a março de 2015, quando marcava 118,5 pontos. Apesar de estar acima da média nacional (77,5 pontos), a ICF abaixo de 100 pontos indica uma propensão negativa do consumidor. 

 

A redução do consumo atinge em cheio as classes C, D e E, nas quais a ICF marca 87,2 pontos em março, ante 93 pontos entre as classes A e B. A retração no consumo das famílias com renda de até dez salários mínimos evidenciou-se a partir do início do ano passado, quando o desemprego, a inflação e a restrição ao crédito começaram a despontar. Já as famílias com renda superior a dez salários colocaram o pé no freio um pouco antes, a partir do segundo semestre de 2014, e retomaram em março de 2015. No entanto, desde o começo deste ano, a tendência de consumo entre as classes mais altas voltou a cair.

 

A queda mensal do índice foi influenciada principalmente pelos componentes relacionados à situação do emprego atual (-1,9%), acesso ao crédito (-1,1%), nível de consumo atual (-5,8%) e momento para compra de bens duráveis (-11,9%).

 

Emprego

A satisfação com o emprego em março caiu 1,9% em relação a fevereiro. Entre os entrevistados, 44,1% dizem que a situação de trabalho se manteve a mesma do ano passado, enquanto 33,7% se sentem mais seguros e 19,4% estão menos seguros. Porém, em março do ano passado 47,1% dos paranaenses se sentiam mais seguros.

 

A maioria das pessoas (45,4%) não acredita em uma possível melhora no emprego nos próximos meses, enquanto 39,5% estão mais esperançosos. No mesmo mês do ano passado os otimistas chegavam a 46,9%.

 

Situação da renda

Mesmo com a ICF negativa, a situação da renda é considerada melhor para 66,4% dos consumidores em comparação ao mesmo período de 2015, enquanto para 11,3% é considerada pior.

 

Acesso a crédito

O acesso ao crédito tem sido mais difícil para 50,3% das famílias paranaenses e piorou 40,2% em um ano. Para 22,5% as compras a prazo estão mais fáceis, mas essa percepção caiu consideravelmente na comparação com março de 2015, quando 51,2% das pessoas tinham mais facilidade para conseguir qualquer modalidade de crédito.

 

Nível de consumo atual

Com 58,1 pontos, o nível de consumo atual reduziu 5,8% na variação mensal e 40,1% na comparação anual. Entre os consumidores, 60,4% estão comprando menos do que no passado, especialmente aqueles com renda familiar inferior a dez salários mínimos (62,4%). A proporção das famílias das classes A e B que está comprando menos é de 50,9%. 

 

Os que mantiveram o mesmo padrão do consumo de modo geral, somam 21,2%. Nas classes mais baixas, são 19%, enquanto nas classes mais altas 31,6% estão gastando da mesma forma. 

 

Na contramão da crise, 18,4% dos consumidores em geral dizem estar comprando mais do que em igual período do ano passado, sem poucas distinções entre as faixas de renda.

 

Perspectiva de consumo

A perspectiva de consumo da população está 59,8% menor do que em março de 2015. Grande parte das famílias (80,6%) acredita que vão consumir menos do que em igual semestre do ano passado. Apenas 10,9% pretendem consumir mais e 8,1% devem gastar da mesma forma.

 

Momento para consumo de bens duráveis

O momento de consumo de bens duráveis foi o quesito que sofreu a maior queda no mês de março, com baixa de 11,9% na comparação com fevereiro e de 28,2% na variação anual. Desde que a pesquisa foi iniciada, esse é o pior índice na intenção de compra de bens de maior valor agregado já registrado no Estado. 

 

Neste mês, 49,2% consideram que o momento para compra de bens duráveis é ruim, enquanto para 43% este seria um bom momento para comprar produtos como eletrodomésticos, televisores, computadores e veículos. No entanto, em 2012, o mesmo indicador chegou a 90,3%. Essa queda está relacionada à restrição ao crédito e à incerteza de manutenção do emprego, pois se tratam de produtos mais caros e geralmente dependem de parcelamento a médio e longo prazo. (Com Bem Paraná)

 

 

 

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